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Liberdade para pensar

Como pensamentos não pagam impostos (Ainda!)

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 04/02/2014 às 19:52Atualizado em 19/12/2022 às 09:11
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Como pensamentos não pagam impostos (Ainda!), às vezes me pego refletindo sobre a vida, como quem nada tem a fazer. E esse pensar favorece um descanso ao meu segundo passatempo preferido, fazer palavras cruzadas. O primeiro é cuidar das plantinhas, o que inclui cultivar novas espécies e ainda zelar pelo seu crescimento e aguar sempre, antes que o calor tome conta.

Nesse pensar, imagino como seria o país se todo cidadão eleito pelo voto, em qualquer esfera do poder, pensasse exclusivamente no bem comum, na pátria, no próximo, na execução de projetos visando à segurança do povo, à educação como um todo, à desburocratização, à melhoria do sistema viário, à redução dos impostos, deixando de lado favorecimentos pessoais e partidários e abolindo de vez a Lei de Gerson, pela qual é preciso levar vantagem pessoal em tudo.

Penso em como estaria hoje a humanidade, se Hitler e Mussolini tivessem se bandeado para a prática do bem, com as mesmas capacidades com que levaram multidões a apoiarem seus tresloucados gestos. A segunda Grande Guerra, sangrenta, não teria ocorrido, cidades e países não teriam sido destruídos, o holocausto não teria existido. Pensamentos do bem.

Imagino que os criminosos poderiam se regenerar, arrependendo-se, deixando de praticar seus crimes, e proporcionando à sociedade uma compensação pelos erros por eles cometidos. Talvez seja uma utopia, pois, já no comecinho do mundo, com pouquíssimos homens na Terra, um deles se tornou assassino - um sinal do que aconteceria na história da humanidade.

Penso o quanto seria prazeroso viver sem a necessidade de nos protegermos, em nossas casas, com grades, cercas elétricas e arame farpado, que mais lembram campos de concentração.

Com convicção, percebo que preciso não mais ponderar sobre esses assuntos, ou poderei ser internado como o foi Simão Bacamarte, o alienista, personagem de Machado de Assis. Melhor é, em vez de cultivar essas ideias, passar a cultivar mais plantinhas, das quais sempre tenho um belo retorno de agradecimento.

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