ARTICULISTAS

Lidando com brinquedos assassinos

Há algumas notícias que mesmo desejando ignorá-las

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 08/03/2012 às 20:12Atualizado em 17/12/2022 às 08:48
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Há algumas notícias que mesmo desejando ignorá-las, a insistência com que são repetidas nos leva a diferentes raciocínios.

Nesses dias me recordei do Schuk, o boneco assassino dos anos 90. Depois me lembrei também dos brinquedos e brincadeiras que matavam na minha infância e que eram, quando muito, uma queda da árvore, muro ou balanço, um coice de cavalo ou a chifrada de um boi bravo.

Hoje as possibilidades se multiplicam e muitos são os brinquedos e diversões que oferecem grandes riscos em potencial.

A busca de adrenalina em esportes cada vez mais radicais, modernizou a roleta russa que rimando, tornou-se obsoleta.

O próprio corpo virou um brinquedo assassino. Os excessos do sexo sem proteção, da bebida sem limite, das noitadas sem o merecido descanso, da droga que o corrompe, vão minando corpos antes saudáveis.

O carro, quanto mais cedo disponibilizado, maior máquina mortífera se torna em velocidades exageradas e rachas desnecessários.

Nas águas, lanchas e Jet skis pilotados por inabilitados ou alcoolizados roubam o sossego de nossas praias e rios.

Os brinquedos oferecidos nos parques estão sujeitos a falhas humanas e mecânicas. De que adianta mesmo tentar definir se foi uma coisa ou outra que tirou de nós uma pessoa querida?

Sou uma medrosa assumida, daquelas que nunca se sentiu atraída nem por uma roda gigante... Minha maior aventura foi escorregar de um tobogã gigante e não gostei da experiência e, portanto, nunca a repeti.

Seria mesmo uma medrosa ou alguém que aprendeu a encontrar adrenalina em fontes não tão radicais sem, contudo, tornar a vida cinza e sem graça?

Não consigo entender o que move alguém a buscar o prazer numa grande “despencada”. Já me bastam as despencadas involuntárias que a vida nos traz!

Assusta-me muito os pais não só terem coragem de procurá-las, mas também acompanharem seus filhos menores em determinados brinquedos.

Para que caçar problemas com as próprias mãos (e dinheiro)?

Pensando bem, deixa pra lá. Cada cabeça uma sentença é o ditado mais certo que existe...

(*) Mestre em Psicologia Clínica, terapeuta do Luto e das Perdas e palestrante

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