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Livro com o selo inconfundível de Hesse

O Jogo das Contas de Vidro (Das Glaspertenspiel, ensaio de uma biografia do “Magister Ludi” Joseph Knecht, com os escritos póstumos deste último

Elias Barbosa
eliasbarbosa34@terra.com.br
Publicado em 16/05/2010 às 14:00Atualizado em 17/12/2022 às 06:15
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O Jogo das Contas de Vidro (Das Glaspertenspiel, ensaio de uma biografia do “Magister Ludi” Joseph Knecht, com os escritos póstumos deste último, de 1943, editado pela Brasiliense (2ª edição, 1969), de Hermann Hesse, é a obra-prima da qual vamos retirar apenas 6 passos dos 27 selecionados, para concluir esta série de artigos sobre a obra em prosa do grande escritor alemão, que se encontram nas seguintes páginas — 56-57; 82; 105; 259 e 294 —, de onde retiramos os referidos passos.

“Para sermos aptos a tudo, e satisfazermos a todas as exigências, não é preciso possuir um minus de energia psíquica, de impulsos e calor, mas sim um plus. O que tu chamas de paixão não é nenhuma energia psíquica, mas um atrito entre a alma e o mundo exterior. (....) Tu não deves aspirar a um ensinamento perfeito, meu amigo, mas ao aperfeiçoamento de ti próprio. A Divindade está dentro de ti, e não em conceitos e livros. A verdade é vivida, e não ensinada teoricamente.”

“Vivia um resto da crença asiática na transmigração das almas e na reencarnação, nessa forma de composição livre e graciosa, os professores e alunos partilhavam da idéia de que sua atual existência poderia ter sido precedida por outras vidas, em outros corpos, outras épocas, sob condições diferentes.”

“Se as autoridades superiores te chamarem para ocupar um cargo, fica sabendo que cada grau na escala dos cargos não é um passo para a liberdade, mas para um compromisso. Quanto maior o poder conferido pelo cargo, mais severa a servidão. Quanto mais forte a personalidade, mais reprovável a vontade arbitrária.”

“Há naturezas que são capazes de amar e incorporar em si uma posição na vida, arrancada com sacrifícios, um posto, um casamento, uma profissão, com tanta intensidade que esta conquista, justamente por causa destes sacrifícios, as satisfaz plenamente e vêm a constituir a sua felicidade.”

“Palavras do venerável Padre Jacobus: ‘Pode ser que venham tempos de horror e profunda miséria. E se deve haver ainda na miséria uma felicidade, esta só poderá ser uma felicidade do espírito, voltada retrospectivamente para a salvação da cultura de tempos anteriores e orientada prospectivamente para a afirmação serena e infatigável do espírito num tempo, que de outra maneira poderia ceder completamente à matéria.’”

Que o estimado leitor nos desculpe por ter selecionado tão poucas citações.

(*) clínico geral e psiquiatra

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