Por repetidas vezes, porque repetem muito, tenho assistido pela televisão a coisas daqueles animais das Selvas. Curiosamente admirando, fico atento ao que fazem. Pelo que se tem assistido, parece que, por insignificantes razões, penso eu, brigam sempre. É bem verdade que todos os seres Pensantes e não Pensantes discordam e chegam por vezes a se agredirem, como assistimos a duas enormes girafas em luta. Encostam-se lado a lado. De pernas bem afastadas para melhor equilíbrio, começam a dar pescoçadas uma na outra. Pelo que se escutou do narrador, o alvo que buscam naquelas pescoçadas é atingir a região da barriga. Ouve-se nitidamente que a batida da pescoçada é realmente forte, dada à sua estrutura óssea. Assim como por qualquer motivo se atarracam, também surpreendentemente encerram a contenda, como aqueles dois mamíferos que deixaram de lado as suas discórdias, foram juntas devorar folhas novas em altos ramos, como alcançam. Ficamos nos interrogand que senso lógico, que sentido de inteligência leva certos animais a disputarem e cessarem tão repentinamente suas disputas, como aquelas duas enormes girafas? Será que chegam a concluir que aquilo não vale continuar? Quem por certo lhes ensinou isso? Quem as fez entender que, se a região da barriga for atingida pela pescoçada, o corpo se desmantela? Quem ensinou ao leão que, ao alcançar o ser que persegue, há de morder firmemente em sua garganta, por onde respira, até que morra? Quem ensinou ao rato, quando ameaçado pela cobra, virar o seu corpo e com as patas traseiras lhe atirar seguidamente areia para afugentá-la? Uma cena impressionante, que realça o amor de mãe: Um macaquinho nos parecendo com poucos meses de vida foi por outro bem mais velho empurrado maldosamente para o barranco e acabou caindo na beira do rio. De imediato, a mãe, que mesmo estando longe viu, correndo, chegou ao barranco, estendeu as mãos, retirando-o d’água, abraçando-o firme e carinhosamente. Pensei que voltaria para brigar. Não aconteceu. Se compararmos aqueles seres ditos inferiores à nossa evolução e inteligência, chegaremos à conclusão de que ainda há humanos precisando crescer como o idealizador da mais desumana luta do “Vale tudo”, onde todo tipo de agressão está dentro daquela imbecilidade. Assim como se proibiu a “Briga de Galo”, que também se faça o mesmo para com esse “Vale Tudo”, que vem com tamanha ignorância, entrando no agrado feminino. Que o feminino pratique os esportes que os homens praticam, “Grandes Aplausos”. Calçar luvas para esbofetear, copiando aqueles animais tatuados, é uma QUEDA de VALOR muito grande. Como os mundos são diferentes! Quando lá na disciplina de sua tribo fortes criaturas medem forças se derrubando tão somente, aqui na cidade, na luta do “Vale Tudo,” brutamontes tatuados com exóticos cabelos de loucos se massacram, a ponto de morte. Analisando aqueles momentos nos dois mundos, onde estará por certo a verdadeira e MAIOR IGNORÂNCIA?
(*) Odontólogo; ex-professor universitário