ARTICULISTAS

Mandarová na folha

Por motivos óbvios não visitei a nenhum dos comitês

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 02/11/2012 às 20:21Atualizado em 19/12/2022 às 16:32
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Por motivos óbvios não visitei a nenhum dos comitês ou locais onde se concentraram as decisões de cada um dos nossos candidatos.

Vejo que, diferentemente dos tempos de outrora, as técnicas de hoje são outras e os procedimentos a tomar não perdem a mira das pesquisas. Eu soube que os comitês ficaram movimentados e suas estruturas, visíveis ou não, sem querer deturpar-lhes o significado, pareciam com a de um quartel-general. Poucas empresas de porte poderiam ter o staff de assessoramento e apoio que tiveram aqueles comandos.

Tudo mudou e pouca coisa se parece com as antigas campanhas. Um item, entretanto, não muda e pelo que vejo vai atravessar os tempos: são os grupos que se dizem desinteressados em benesses. É impressionante ver o quanto esses desinteressados vestem a camisa, se expõem, “vendem” a imagem do candidato e até brigam por ele. Se estivessem na iniciativa privada o sucesso da empresa estaria garantido.

Há, todavia, um detalhe: Ontem correligionários faziam tudo pelo candidato a que serviam, hoje não. Passadas as eleições as coisas mudam. É como se saíssem de um velório e fossem a uma festa. Festa do candidato vencedor.

Não me reprovem antes de constatar. Não são, mas tudo se passa como se fossem mandarovás acomodados na folha de laranjeira. Mexem-se apenas para se ajeitar. Quando muito trocam de lugar e o sono é profundo durante quatro anos.

São os mesmos de sempre e há anos não renovam o perfil: Populares, falantes, robustos, pele fina, confiáveis, estão em todas e se dizem amantes do trabalho. Há exceções reconheço, mas são raríssimas. Eis aí o ASPONE.

O difícil para o candidato é ter a certeza de que alguns reais a mais ou uma promessa diferente não teriam comprado o passe do seu escudeiro. Encontrei três “cabos” que vestiram a camisa de um candidato e votaram em noutro.

A agitação dos "assessores para tudo" foi ao ápice com as eleições. A família, os horários para as refeições e de dormir foram para o espaço. Agora, tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes. Ganhadores e perdedores são aliados.

Com pessoas próximas comentei que estava escrevendo este texto. Elas acharam sugestiva a comparação do ASPONE (Assessor de P. Nenhuma) com o mandarová na folha. Um amigo até carregou na dose: - Se a folha secar vai haver desequilíbrio ecológico.

OBS: Este texto fora antes publicado nesta página logo após as eleições de 2000. Eh..., passaram-se 12  anos e as coisas não mudaram...

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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