Há algum tempo desejo abordar o tema “memória”, porém, sempre acabo me esquecendo disso...
Há algum tempo desejo abordar o tema “memória”, porém, sempre acabo me esquecendo disso. Dessa vez, porém, para driblar o esquecimento, antes de eu dormir escrevi a palavra “memória” bem grande, numa folha de papel.
Agora, sim! Consegui escrever sobre o assunto. Foi bom eu me lembrar de que fazer anotação é um ótimo recurso para vencer o problema da falta de memória. Eu também devia ter listado ideias que eventualmente me surpreendem sobre o tema, mas isso passou batido. O que exporei aqui foi só o que consegui salvar do meu esquecimento.
Assunto frequente em rodas de idosos são os medicamentos que eles vêm usando para tal ou qual enfermidade. Normalmente, idosos se gabam por saberem de cor os nomes dos remédios. Um idoso, quando reuniu em casa seus amigos, disse ter descoberto um bom remédio para a memória. O grupo quis saber qual era. O dono da casa foi enrolando, enrolando. Não se lembrava. Então perguntou aos amigos: “Como se chama mesmo a rainha das flores?” “É rosa” – um respondeu. Então o homem chamou a esposa: “Rosa, minha querida esposa, como é mesmo o nome daquele remédio bom para a memória?”
Um senhor recebeu a visita de um recenseador. Depois de ouvir a primeira pergunta, o idoso gritou para a mulher: “Querida, quando foi...?” Mais uma pergunta e ele: “Meu amor, quando foi...?” A história foi a mesma a cada pergunta, com o idoso sempre usando vocativos carinhosos para pedir ajuda da esposa. Vendo que o recenseador estava encantado, o idoso esclareceu: “Meu caro, faz anos que esqueci o nome dela.”
Uma senhora foi atropelada. No pronto socorro, um médico pediu a um ajudante que fizesse as anotações: “Braço direito com suspeita de fratura, luxação na perna esquerda, hematoma no rosto...” O médico quis saber: “Quantos anos a senhora tem?” Sem hesitar, ela afirmou: “Vinte e cinco.” O médico finalizou: “E anote aí: perda de memória.”
Falta de memória não é privilégio só de idosos. Conhecidos que se veem poucas vezes podem passar por uma saia justa quando esquecem o nome do interlocutor. Há várias saídas para isso. Entre jovens, é normal criarem um apelido, ou, mais habitualmente, chamarem o jovem colega de “velho”, aliás, “véi”. Assim, há muitos velhos de 15, 16 anos. Se forem mulheres, já se ouve o famoso “querida”. E elas se sentem muito bem quando são chamadas de “meninas”. Já os jovens que conversam com os pais dos colegas preferem chamá-los de “tio” e “tia”, vocativos ainda largamente usados para professores dos anos iniciais da escola. Entre os homens, mesmo que mais velhos, há o sugestivo vocativo “rapaz”. De todos os citados, somente uns poucos mais corajosos se rendem à ideia de perguntar o nome que nunca vem à memória.
Apesar de minha memória não estar lá essas coisas, ao menos num aspecto eu mereço os parabéns: e não é que, há décadas, eu nunca me esqueço de escrever um artigo para o Jornal da Manhã toda semana? Quer saber? Palmas para mim! Hehehe! Depois de certa idade, como a gente fica feliz com detalhes como esse!