ARTICULISTAS

Mensalão e ficha limpa

Amplos noticiários trazem comentários e opiniões divergentes

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 23/10/2012 às 19:37Atualizado em 19/12/2022 às 16:44
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Amplos noticiários trazem comentários e opiniões divergentes sobre a atuação dos doutos magistrados e seus votos no que diz respeito ao mensalão e ficha limpa. Esses temas estão em voga e devem ser tratados com cuidado, para se evitar dano maior aos envolvidos.

Tendo em vista a Lei da Ficha Limpa em vigor nas recentes eleições, somos inclinados a pensar sobre a forma adotada pelos considerados ficha suja para indiretamente continuarem no poder. Como não é possível impedir a candidatura de pessoas próximas, eles adotam a estratégia de colocar na disputa do cargo que eles mesmos cobiçavam algum parente.

O eleitor consciente percebe a estratégia e não cai na armadilha, portanto, não vota no substituto indicado pelo ficha suja. Mesmo assim, registram-se alguns êxitos na manobra, com políticos conseguindo, por exemplo, que a esposa seja eleita para ocupar a Prefeitura.

No que diz respeito à delação premiada, haverá uma atenuação na pena a ser imposta a Roberto Jefferson, por ele ter levantado a questão da compra de votos pelo Governo, dando causa às investigações e julgamento dos réus.

Quanto a José Dirceu, é sabido que ele não vai, jamais, apelar para a delação premiada. E, como já declarou à imprensa, não vai se deixar abater e lutará para provar a sua inocência. Ele foi o mais poderoso político no primeiro mandato do presidente Lula, e tem em sua biografia um passado de lutas contra o regime militar, uma passagem por Cuba, uma operação plástica para mudar de fisionomia e adoção de uma nova identidade quando se casou ao voltar ao Brasil. E foi ferrenho controlador do poder, concentrando em suas mãos todas as ações do Governo. Tendo em vista os fatos, o que aconteceria se ele apelasse para a delação premiada e resolvesse contar irrestritamente tudo o que realmente ocorreu e dar nome aos bois? Convenhamos que não é justo ele pagar por tudo sozinho!

Estamos assistindo às cenas do terrível jogo do poder. Para cidadãos éticos, fica o consolo de saber que quem esteve no comando, com as rédeas nas mãos, e poderia ter sido indicado para suceder o presidente, provavelmente ocupará um lugar bem diferente daquele que almejava.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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