ARTICULISTAS

Meu fio eu sou o véio

Meu fio eu sou o véio / Que viu o tempo passá / Escutano qui o mundo ia acabá

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 18/02/2011 às 19:42Atualizado em 17/12/2022 às 07:10
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Meu fio eu sou o véio / Que viu o tempo passá / Escutano qui o mundo ia acabá / Mais isso nunca aconteceu.  De tudo eu fiz um cadim na vida / Das coisa que me traiz ferida / Num isqueço de nada... nadinha... / Até o  qui mi inobreceu.  Naci sem medo e nunca tive sisma / Mansei muito burro brabo / Qui pulava pá diabo / Ninhum deles me venceu.  Me falaro de lobisomi / Mula sem cabeça e o capeta / De sombração com a venta preta / Mais eles ó... jamais mi apareceu.  Binzição aprindi fazê / Castrá e mochá boi foi cumigo mesmo / Na roça  nunca trabaiei a esmo / Lá o povo mi reconheceu.  Eu vim mesmo do nada / Lutei dimais pra consigui / Nunca pensei em disisti  / Pulei abismo nesse caminho meu.  As letra... num dominei / Nem muito e nem um pôco / Mas pá trová nunca fiquei loco / Esse é um dom qui Deus mi deu.  Pas moça eu fui bunito / Mais iscuí uma pa vida intera / A muitos ano é minha cumpanhêra / Foi pa modi isso qui ela me iscoieu.  Fios,  netos, bisnetos e tataranetos / Forma a minha maió  riqueza / Pro home num há pobreza / Se uma boa famia ele mereceu.  Agora com as força vincida / Mesmo os ano pesano a cada dia / Se eu pudesse  esticaria / Meu tempo que já quase venceu...  Fiz muita coisa certa e argumas errada / Muitas dela sairo fora da linha / Mas as boas marcaro a vida minha / Essas eu dexo pos herdero meu.  Fico horas matutano / Quanto qui as coisa mudaro / Isturdia inté me preguntaro / Si eu vi o que se assucedeu.  Um tali de computador / Diz qui inventaro pa ajudá nóis tudo / Mi falaro qui é um apareio sisudo / Qui acha qui o mundo é seu!  Cruis credo, ave Maria! / Ondé qui nóis tamos Deus do céu !/ Diz qui a coisa tá ino pó beleléu / Dispois qui  a tali máquina pareceu.  Óia. Acho muito bunito o pogresso / E apriceio os adianto do mundo / Mais num vai achá qui num sigundo / Quarqué um  já mi convenceu.  Prifiro muito mais vivê / Do jeitim que a vida sempre foi / Num isqueço o carro de boi / Pra mim ó... ele nunca morreu.  Moçada cêis presta atenção! / Nas palavras desse véio amigo / Ele num  óia pa dento do imbigo / Pa aconseiá os amigo seu.  Num sou dotô e nem mestre de sabedoria / Mais uma coisa eu provo já tê arcansado / Nunca agi sem antes tê pensado / Purisso jamais fracassei.  Sei que os meus dia tão no fim / E a minha vida logo encerra / Mas a passagem que tive na terra / Posso dizê com toda honra: Valeu!

Homenagens ao sr. Eurides Simeão dos Reis que no dia 28/02/11 completará 102 anos de vida.

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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