Meu período eleitoral

Permiti-me um afastamento de meu compromisso como articulista do JM durante os meses de julho a setembro para não contaminar os eleitores com os sentimentos negativos que experimento em períodos pré-eleitorais.

Corta minha alma assistir a tantas mentiras, baixarias, rasteiras, acusações, truques, falcatruas, ciladas, maracutaias, enganações. Campanhas onde os candidatos apresentam o pior de si, seu despreparo e falta de um projeto de trabalho consistente. Um reduto, enfim, onde poucos honestos sobrevivem.

Ao final de 2012, publiquei meu último artigo intitulado FIM DE FEIRA. Nele, apesar de não ser vidente e nem ter bola de cristal, presumi as dificuldades que o prefeito eleito teria para governar Uberaba nos anos seguintes.

Enquanto especialista da Saúde Pública, à época trabalhando no SAMU, foquei no que considerei a herança maldita da gestão que findava em 2011: o Hospital Regional. Inaugurado a toque de caixa e que, mesmo agora, quatro anos depois, não se encontra em condições de funcionar.

Meu estômago virava e revirava cada vez que um dos candidatos a prefeito mentia que iria inaugurar o referido hospital. Quanta ingenuidade e desconhecimento das Políticas Públicas de Saúde!  Como pode um município, que mal está dando conta de arcar com seus compromissos, assumir uma responsabilidade que depende de verbas estaduais e federais?

Esta campanha, em especial, superou todas as anteriores, com manobras nunca antes vistas.  Explícitos engodos da parte de quem imagina que os eleitores uberabenses somos bobos, tentando nos enganar até o último momento. Os resultados das urnas mostraram que não somos tanto assim.

Isso tudo em meio a escândalo da Petrobras, operação Lava Jato, impeachment da Presidente, triplex e cogitada prisão do nosso ex-Presidente, prisão de Narcio Rodrigues e, diga-se de passagem, não fiquei satisfeita com o fechamento do caso, só encerrando seu projeto da Hidroex. Simples assim? E a verba que tal projeto consumiu? Será que a infraestrutura deixada não pode ser aproveitada para nada?

Como podem observar, caros leitores, o meu silêncio foi minha resposta a tudo isso, para não ser repetitiva com o óbvio.

Que Deus abençoe nossa Nação, de maneira que a sociedade atual trabalhe para permitir que as gerações seguintes possam assistir a melhores cenários políticos...