Posso até não ter sido ouvido, mas que é muita coincidência, isso ninguém pode negar. Senão vejamos: Dia 09/12/11 comentei no artigo “Brasília malcuidada”, que aquela cidade está infestada por alguns problemas sociais e dentre os anotados, destaquei um numeroso grupo de pessoas morando debaixo de uma árvore. Isso a oito minutos da Esplanada dos Ministérios. A moradia a céu aberto durou vários meses.
De tanto ver aquela sofrível situação enviei à Rede Globo – programa DF TV – uma mensagem denunciando o fato e pontuei: “Em Brasília temos o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O assunto vale uma reportagem?”. Nunca saberei ao certo se me escutaram e muito menos, se o Governo do Distrito Federal conheceu o meu artigo de então, todavia, tenho certeza que os quatro cantos do mundo viram aquela denúncia. A internet aí está.
Ao voltar à Capital Federal recentemente, observei que as pessoas não moram mais sob a árvore-casa e o imenso canteiro central da avenida foi repaginado. Procurei por toda a região e não encontrei aqueles desvalidos seres. Tentei revê-los porque é comum as autoridades tirá-los daqui e eles ressurgirem logo ali. Oxalá, tenham sido levados para um lugar digno.
Fui ver de perto a majestosa árvore; um pé de jambolão em plena safra, com altura superior a dez metros. Seu tronco tem 80 centímetros de diâmetro. Saboreamos algumas frutas e as pessoas passantes não entenderam a nossa presença ali.
De quebra, constatei que o lixo amontoado nos passeios da Av. W3 foi retirado e inclusive testemunhei senhoras uniformizadas removendo-o.
Eu poderia estar escrevendo sobre outros temas, já que o mundo está cheio de coisas amenas. É que sempre gostei de trazer aqui a voz de quem tem poucas chances de ser ouvido. Essa foi a minha opção e esse é o meu jeito.
Se eu fiz alguém feliz? Essa não é a minha preocupação. Preocupo-me sim, e muito, em sentir-me feliz por ajudar o meu semelhante.