Rubens Barrichello reatou seu amor com a pista italiana, e conseguiu sua terceira vitória na tradicional pista, que é encravada no meio de um belo bosque...
Rubens Barrichello reatou seu amor com a pista italiana, e conseguiu sua terceira vitória na tradicional pista, que é encravada no meio de um belo bosque. O cardápio foi o mesmo do GP da Europa, com a temperatura beirando os cinquenta graus, os carros de Barckey funcionaram muito bem a ponto de desbancar a turma do KERS, que ficou apenas com o último lugar do podium. Cabendo a honra à Ferrari de Kimi Räikkönen, que até parece que contou com ajuda do velho comendador, pois a vaga apareceu na última volta e de maneira surpreendente, para o desespero dos Tifosis. Rubinho deu um grande passo para a vitória já na classificação, ao conseguir o quinto posto no grid, com um carro bem pesado, com combustível para apenas uma parada, e à frente de muita gente com um carro mais leve, inclusive o de seu companheiro de equipe. A estratégia de apenas uma parada foi da equipe ou de Ross Brawn, mas foi de Barrichello a tocada agressiva e num ritmo de classificação durante quase toda a prova, o que culminou na vitória. Isso não é fácil e Lewis Hamilton nos deu a prova disso na última volta, ao sofrer um acidente e declarar que nesse ritmo de voltas, assim como na classificação, é muito fácil errar, e que ele por ser humano também comete erros. Mas nosso piloto não cometeu e ainda teve de lutar com os engenheiros de sua equipe para que não trocassem sua caixa de câmbio, o que o faria largar da décima posição. E também conseguiu ser mais rápido que seu maior rival na luta pelo título, Button, que mesmo estando usando pneus duros no primeiro stint, enquanto o rival estava com pneus moles. Assim como na Espanha, Rubinho foi muito eficiente e parece estar vivendo um momento especial, pois nos três últimos GP’s de trinta pontos possíveis, ele conseguiu vinte e dois. A maior perda foi na Bélgica, onde mais uma vez ficou inerte na largada. Esse é meu maior medo, pois ele é cheio de mesclar momentos de gênio com situações estúpidas, como a da largada da Bélgica. Sua equipe também nos deu mostra durante a temporada de que Button é o favorito dentro da equipe, como aquela estranha troca de estratégia no GP da Espanha. Ontem, mesmo depois da bandeirada, a TV mostrou as duas facções que coexistem dentro da equipe Brawn. No muro dos boxes no espaço da Brawn ficam os engenheiros de Rubens, que são dois; e de Button, também dois, e no meio deles fica um membro da equipe de roupa branca, é o cristo. Os da direita são os do Rubens, um senhor calvo e um mais jovem, que estavam se desmanchando de alegria após a bandeirada; e os da esquerda, os Butoanos, eram pura tristeza e uma feição de poucos amigos. Não é fácil para o brasileiro derrubar o bairrismo dos ingleses dentro da equipe, e só espero não estarmos vivendo um momento de enganação por parte da alta cúpula da equipe, deixando o segundo piloto ganhar algumas etapas só para dar mais graça e bilheteria à competição. Campeonato este que estava fadado à chatice, com a enxurrada de vitórias do inglês nas sete primeiras etapas. E lembrar que Barrichello, ao final da temporada passada, não tinha um volante garantido para esse ano, e agora é aclamado por todos. Isto é, quase todos. Do GP da Inglaterra para cá o inglês passou de novo gênio para um ser apático e sem garra para estar no alto do podium. Sua melhor posição da Inglaterra para cá foi esse segundo, conquistado agora em Monza. Outra situação surpreendente é o atual momento dos pilotos da Red Bull, que de uma hora para outra deixaram de ser os bichos papões que vinham sendo. Principalmente nesse final de semana de Monza, onde apenas Vettel pontuou e ainda com apenas um pontinho herdado com a batida de Hamilton. Mas ninguém era mais feliz e ao mesmo tempo sem graça que o Suttil, que mostrou novamente que os carros da Force-India adoram uma pista de alta. Suttil sentiu na pele o mesmo problema do Fisichella na Bélgica, o de que é quase impossível ultrapassar um carro com Kers numa pista de alta. Suttil foi o autor da melhor volta do GP de Monza de 2009. Mas bonito mesmo vinha fazendo o reestreante Vitantonio Luizzi. Que vinha numa excelente quarta posição, quando foi traído por um problema mecânico, câmbio; aliás Luizzi conseguiu uma senhora ultrapassagem na McLaren de Kovalainem, na parabólica, não esquecendo que a McLaren tem KERS e a Force-India não, mais depois dessa o Kova deve estar sem seu assento na McLaren para o ano que vem. Fernando Alonso fez uma boa prova com o equipamento que dispõe, assim como o Heidfeld surpreendeu com a BMW. Kovalainen ainda conseguiu um sexto posto depois de tudo. Essa turma toda estava para apenas uma parada de reabastecimento. Um fato curioso foi que Sebastien Buemi, piloto da Toro Rosso, saiu da prova antes de receber a bandeirada final. O piloto se confundiu ao ver a bandeira amarela depois do acidente de Lewis Hamilton e foi direto para os boxes, quando o certo seria cruzar a reta para receber a bandeirada, e assim sua classificação foi considerada como abandono pela cronometragem. Em números, Barrichello completou sua 280ª prova na F1 e conquistou a centésima primeira vitória dos brazucas na categoria máxima. Essa foi sua décima primeira vitória na categoria. Também superou Senna em vitórias nesta pista e se igualou a Nelson Piquet, com três vitórias na pista italiana. Para completar o final de semana brasileiríssimo na pista italiana, Luiz Razia, um dos representantes brasileiros na GP 2, ganhou a corrida de domingo, seguido de Lucas Di Grassi. Também vencemos na F-BMW e ainda fomos campeões do europeu da categoria, com o piloto Luís Felipe Nasr, de 17 anos, filho de Amir Nasr, veterano dono de equipe de Brasília. Felicidades a todos!