Motorista, cuidado; para cada procedimento seu
Motorista, cuidado; para cada procedimento seu, sempre haverá uma moto correspondente. Fiz esta afirmativa há algum tempo e a cada dia vejo-a confirmada. Mesmo com o cuidado que devemos ter quanto ao risco oferecido pelas motos, ninguém está a salvo de atrair para si um médio ou grave acidente. Senão vejamos:
No dia 02/10/2013, quarta-feira à noite, saí de casa e antes de cruzar uma avenida erma que durante o dia é movimentada, parei meu veículo mesmo não tendo à minha frente nenhum outro passando na preferencial. Ali parado por algum tempo, vi que não havia necessidade e atribuí à força do hábito por ter agido assim. É melhor parar mesmo que não esteja vindo ninguém, do que entrar afoito na via e abalroar com alguém; lembro-me de ter dito estas palavras à minha esposa que estava ao meu lado.
Seguimos em frente, obedeci a parada no1º semáforo adiante e o do cruzamento seguinte estava no “verde”, literalmente aberto para mim. Entrei na interseção com toda a tranquilidade e eis o que nos acontece: uma moto repentina montada por dois artistas e tendo a luz apagada, surge na via da direita com extrema velocidade.
Em fração milionésima de segundo, agindo pelo reflexo, apenas dei um toque no pedal do freio e vi quando o vulto da dupla passou tombado à minha frente e se endireitou ao longe. Considerando a hora, o local e a peripécia dos dois, só pude concluir que ambos corriam atrás de alguma coisa, cujo valor corresponde às suas vidas. Por muito menos tenho visto pessoas morrerem e, não fosse a parada que fiz na avenida erma, hoje eu estaria envolvido numa ocorrência desastrosa.
Imaginei depois aquela moto batendo na roda dianteira direita do meu veículo. Vi os dois “acrobatas” sendo arremessados no ar e seus corpos ficarem estirados no asfalto. Vi também os valiosos integrantes do Resgate e Samu tentando sem sucesso a ressuscitação dos dois inconsequentes.
Oxalá, não só a dupla que hoje dedico esta crônica, mas todos os pilotos impacientes de motos possam, ao lê-la e extrair dela a seguinte conclusã “Eh... ontem passei ileso pelo acidente. Amanhã ele não me deixará passar”.
E eu, em ato de circunspecção consciente, expresso minha gratidão ao Criador e suas Leis por terem me poupado de viver a pior das experiências que é, a de tirar a vida de alguém.
(*) PRESIDENTE DO FÓRUM PERMANENTE DOS ARTICULISTAS DE UBERABA E REGIÃO; MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DO TRIÂNGULO MINEIRO