Não resta a menor dúvida de que mudanças de hábitos sempre serão necessárias, caso queiramos ambientes salutares e sadios. A História está cheia de exemplos de epidemias oriundas de pouca ou nenhuma higienização coletiva e ou individual. As coletivas, fundamentais, devem ser efetivadas nas ações proativas dos indivíduos que sem a sua aplicação têm pouca ou nula efetividade. Como combater a dengue – por mais propaganda que o governo faça - se não houver um mínimo de interesse do cidadão em limpar ou manter o seu ambiente residencial dentro das condições adequadas a não propagação da dengue. Os higienistas libertaram a sociedade dos preconceitos, da ignorância e resistência no que diz respeito às doenças e a sexualidade. Sim à sexualidade. Eles desmentiram explicações científicas equivocadas a respeito da sexualidade feminina e as suas contaminações por meio do desejo. Dizia à época que o útero exalava gases sufocantes à mulher caso ela sentisse prazer. A literatura tem exemplos incontestáveis de superação e permanência de nossas ignorâncias. Pois é. Lavar as mãos faz parte deste cardápio cotidiano de recomendação saudável. Gesto simples, mas nem sempre recorrente. Nós uberabenses – não muito diferente de outros lugares - vivemos às voltas com as mortes oriundas da gripe suína, e, outras provenientes da falta de prevenção e de equipamentos sociais de atenção à saúde pública. Temos muito que aprender e, consequentemente, mudar hábitos no que se refere a nossa saúde. Ter uma alimentação saudável, com verduras e frutas tão prestigiadas no cardápio como a carne o é. Da mesma forma que há um combate a automedicação, os nutricionistas e endocrinologistas não devem se submeter ao modismo dos regimes. No entanto, as propagandas de remédios veiculam normalmente nos meios de comunicação. É a moral do relativismo. Retornando ao assunto da higienização, a mudança de hábito, portanto, é incontestável para uma boa saúde. Há tempos que deixamos as escarradeiras da sala de visita, onde os senhores escarravam durante as conversas regadas a rapé, fumavam e cuspiam os seus catarros nestas vasilhas onde seus conteúdos eram recolhidos e atirados fora de casa. Depois inventamos os tapetes para acumular poeiras e sujeiras, eram regiamente escovados, aspirados, lavados... Isso vai longe ao tempo. No entanto, mantemos os sapatos nos quartos. Andamos pela casa calçados. Houve um tempo em que as sapateiras ficavam dentro do guarda-roupa. O indivíduo chegava e guardava junto às suas roupas o que havia de mais sujo em seu uso. Depois, tiraram as sapateiras de dentro do guarda-roupa mantendo-a nos quartos. Continuamos a andar de sapatos dentro de casa. Sapato é pra ficar do lado de fora da casa ou guardados em área de serviço onde você acessa, calça em momento de sair ou de chegada, deixando-o sempre pronto e limpo. Não deixa de ser uma mudança que aos poucos ganha adeptos.