ARTICULISTAS

Não estamos sozinhos

Hoje uso o meu espaço para transcrever a mensagem que recebi

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 16/11/2012 às 11:36Atualizado em 19/12/2022 às 16:16
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Hoje uso o meu espaço para transcrever a mensagem que recebi da leitora Cecília Dulce Silva, moradora próxima do local onde ocorreu o crime que eliminou dezenas de árvores em Uberaba. Ponto de referência: frontalmente à nossa Rodoviária. Eis o text

“Li o seu artigo publicado na edição do Jornal da Manhã do dia 09/11 e como moradora do entorno da área da antiga fábrica de Botinas Zebu não posso deixar de expressar a minha indignação diante de tanta destruição porque ali não foram destruídas apenas árvores e sim todo um sistema reprodutivo de várias espécies de aves.

Posso te responder sobre o destino dos saguis, os mesmos estão vagando nas árvores que estão na rua, nos quintais e nos telhados das casas vizinhas, pois durante o corte foram obrigados a subirem no telhado de zinco do galpão que estava fervendo de quente e pulavam desesperados de um lado para o outro e quando não aguentaram mais voltaram para as árvores sendo açoitados pelos cortadores com pedras e pedaços de madeira para que voltassem para o telhado. Diante de tanta crueldade os mesmos sumiram do local por alguns dias.

Quando todas as árvores foram cortadas e o barulho das motosserras cessou  eles voltaram ao seu habitat e encontraram um amontoado de madeiras. Eles ficam ali por um período e voltam a vagar pelas ruas e o perigo de serem atropelados é muito grande, pois as ruas são muito movimentadas. Os tucanos chegam e só encontram uma antena de celular para pousarem.

Ao entardecer a cena que se vê é de emocionar até aquele mais indiferente ao meio ambiente, centenas de aves pousadas nos fios de energia em frente a área como se tentassem entender o que aconteceu com sua morada. Os ninhos, centenas deles, foram jogados ao chão e eles não tiveram nem a piedade de recolher os filhotes, provocando uma imensa matança. Urubus desapareceram e o Teiú ninguém mais viu. Foi impossível segurar as lágrimas quando o maior dos eucaliptos veio ao chão, provocando grande tremor.

Há mais de quarenta anos era a primeira imagem do dia quando eu abria as janelas de minha casa e quando já bem à noite ouvia o barulho de suas folhas, balançadas pelo vento e também era possível ver a copa dos Flamboyants repletas de flores.

Está muito difícil de entender, se é que existe uma explicação para tanta idiotice.”  Ass: Cecília Dulce Silva

Conclusã As pessoas sensíveis, as árvores cortadas, os animais que nelas viviam e eu; não estamos sozinhos.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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