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Não me esqueci do Zote!

Tempo e viagem não me permitiram participar “al vivo” da comemoração ao Zote aqui em nosso cinema, que é também teatro

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 04/02/2015 às 11:45Atualizado em 17/12/2022 às 01:34
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 Não me esqueci do Zote!

Tempo e viagem não me permitiram participar “al vivo” da comemoração ao Zote aqui em nosso cinema, que é também teatro. Parabéns ao João Eurípedes e a todos que lá estiveram. Conhecedor e amigo de tantos anos, penso que o Zote também esteve por lá – ele sempre esteve nas comemorações em que era artista principal – porém secundário, iria chamar como principais o Osório Adriano ou o Mário Franco, ele adorava mesmo eram os resultados finais.

Foi assim que nosso Zote menino, que alugava e consertava bicicletas ali na Manoel Borges, chegou à maturidade de entrevistas com ministros e grandes daquele Brasil. Conto algumas passagens onde estive vivo e presente. Nesta inicial eu me lembro de ir ao Rio de Janeiro, então capital. Eu então presidente da ABCZ, o Zote já então o dono da rodoviária de fora (era...) de Uberlândia.

O voo era noturno, todo mundo querendo uma soneca – e o Zote veio me contar a “manta” aplicada na rodoviária que viria para Uberaba. A malandragem sadia foi em voz e risadas altas, todos os passageiros se interessaram, algum bateu palmas, nunca um voo SP-Rio foi tão rápido. No dia seguinte, cedo, desço com ele no elevador... e Zote vai comprar laranjas descascadas, umas vinte pelo menos.

Pergunto por que a abundância, Zote explica sua generosidade: Doutor, vou ali no Ministério falar com o Delfim Neto. Vou distribuindo laranja da porta até o gabinete, o senhor sabe, ajuda né? Ajudou, Zote ganhou sua parada com Delfim. De susto e rápido conto que ele comprou a sua empresa rodoviária em reunião que trouxe dos maiorais de Uberlândia para o grande negóci acerto e pessoas ali na casa do amigo Osório Adriano, Rua Carlos Rodrigues, homem e fortuna de largos conhecimentos.

A turma de lá, é claro, pensou que a pessoa e capital eram seu Osório – mas a verdade foi para mais um gol do Zote. Caramba, não posso esquecer a compra da usina de açúcar, ali em Delta, com os campeões Randolfo Borges e Arnaldo Rosa Prata, donos da decisão. Seu Osório tinha mania de beber água daquela fonte ao lado, ficou pegando seu garrafão, o Zote subiu para negociação.

Lá da janela avistava-se o seu Osório, Randolfo e Arnaldo, disseram entre si serem compradores os Adriano, o Zote subiu pra ver se eles iam cair no golpe: negócio fechado... era do Zote mesmo. Agora, devem ter contado a delicadeza do Heber Marzola, donos da Chevrolet ali na esquina, ao encontrar frente ao Metrópole a esbagaçada caminhonete do Zote, que por amizade levaram à esquina da Chevrolet e deram-lhe uma superlavada.

Bem, o Zote sai do banco, recebe a informação, corre ao posto, abre a sua porta, e olha o forro de cima branco de lavado e alvaiade... e quase chora de mágoa: gente, vocês apagaram aqui meu movimento pra declaração de renda. E agora, gente? Eu digo

apenas: e agora, Zote, você deve estar lá em cima aplicando golpe nos sentados do céu. Eles merecem!...

João Gilberto Rodrigues da Cunha

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