À medida que o tempo se escoa, coisas e coisas
À medida que o tempo se escoa, coisas e coisas vão acertando os seus passos na cadência das transformações. Ouve-se que o mundo está mudando. Quem já vive por várias décadas confirma essa verdade. Muitas coisas se transformaram sim. Algumas alcançando o máximo da elevação, outras se declinando a estaca zero. Tudo vem se transformando. A própria ciência é o grande palco dessas transformações. Conceituadíssimas teorias dos idos tempos dos rudimentares microscópios, também transformaram suas linguagens ante a microscopia eletrônica de Varredura. Ontem, processos biológicos descritos, hoje não se os tem por verdadeiros. Assim por exemplo, o mecanismo da calcificação óssea defendida por Metri Bacila e Tastald, hoje não há como aplica-la no mecanismo dos enxertos com o mesmo tecido. Tudo realmente vem se modificando. Quem conceberia ontem, que um órgão sensibilíssimo como o olho pudesse ser invadido e dentro dele ser colocada uma lente substituindo o cristalino como hoje se faz nas cirurgias de cataratas? Quem diria que um dedo do pé ou da mão que desagrada por seu tamanho maior ou menor, pudesse ser corrigido pela cirurgia como hoje se faz corriqueiramente? Qual mãe de ontem, ficaria ciente do sexo de seu filho antes de nascimento? Quem poderia imaginar pedaços metálicos implantados dentro de nós, pudessem abrir um mundo de recursos até então, apenas sonhados? Quem poderia sequer imaginar que a eletrônica substituísse o elemento humano como se vê nos hospitais, nas casas bancárias e em tantos outros momentos? Quem poderia imaginar a beleza e a rapidez do computador? “Leonard Euler”, grande matemático do mundo, levou oito anos para calcular o (PI) de um círculo com até 600 decimais após a vírgula, quando o último computador forneceu os mesmos dados em menos de um bilionésimo de segundo. Tudo que se transforma, mira evoluir. Se a eletrônica na beleza de hoje informa coisas maravilhosas, certamente no amanhã de sua maior evolução, quantas outras aos de seu tempo? Parece logico presumir que o computador fará do homem uma criatura afastada do lápis, da caneta, que pouco redigirá manualmente. Possível também, que aconteça que o computador nas escolas, faça as criaturas perderem o contato com as letras manuais que lhes parecerão rabiscos ovalados ou redondos, ligados entre si como vagões nas locomotivas, nada expressando que possa ser lido. É uma suposição porque, esse presumido também ocorreu no quando do advento da máquina de datilografar, que foi inegavelmente um grande golpe na letra de mão. Hoje, aquela máquina cedeu o seu espaço ao computador. No amanhã, o computador cederá o seu a outro. Assim aconteceu em tudo o que hoje conforta o homem. Se as coisas no mundo não tivessem experimentado as mil transformações, certamente todos ainda estariam escrevendo em papiro, com pena de aves, ajeitando na cabeça o cocar colorido.
(*) manoel _marta@hotmail.com