ARTICULISTAS

Nas garras de um mosquito

Tudo começa como se uma leve corrente de ar passasse

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 08/03/2013 às 20:53Atualizado em 19/12/2022 às 14:20
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Tudo começa como se uma leve corrente de ar passasse nos causando um suave arrepio e não desconfiamos de nada. No mais tardar em doze horas vem a sensação de que está a caminho uma gripe ou resfriado doméstico. Parece, mas não é. Aí mora o perigo quando tomamos os chazinhos caseiros e os medicamentos disponíveis sem receitas médicas.

Passadas mais ou menos 24 horas surgem a febre alta e outros sintomas que denunciam uma visitante ilustre: a Dengue. Na esteira das perturbações por uma longa semana, podem ser anotados: náuseas, calafrios, tremores, sudorese, dores nunca antes sentidas, perda de peso, insegurança, coceira, zumbido nos ouvidos, inapetência, debilidade, insônia, hemorragia, desequilíbrio e outros desajustes, já que cada organismo decai do seu jeito.

Já diagnosticada através de exames, a filha do mosquito Aedes aegypti quer o nosso corpo só para ela e logo entra em choque com qualquer medicamento, a não ser os que contêm paracetamol. Para a febre, o controle com os antitérmicos, para o vírus, a paciência, e para a reabilitaçã líquidos, líquidos e líquidos. E assim vamos sofrendo nas garras de um mosquito sob a ameaça de morrer. Enquanto isso, gastamos bilhões de dólares para construir os estádios da Copa de 2014, sabendo que depois dela a maioria ficará ociosa. E nossos visitantes estarão preparados para tanta Dengue?

Afinal; tínhamos ou não tanto mosquito para alimentar em Minas Gerais e Uberaba? Em Belo Horizonte, no caminho para o Aeroporto Internacional de Confins, está o suntuoso Palácio do Governo Estadual, com direito a reflexos de imensos painéis espelhados, além de um dos prédios ser literalmente suspenso. Tudo feito a peso de ouro. Ao ver a população mergulhada na febre que mata, é impossível não pensar que aqueles milhões de dólares estão fazendo falta na saúde, educação, segurança, etc.

Partindo do princípio de que as estatísticas servem para revelar números que na verdade nunca existiram, não será surpresa vermos em Uberaba quadro estarrecedor quanto à Dengue. Ainda bem que estamos longe do funesto ano de 1918, quando aqui morreram mais de 200 pessoas vitimadas pela epidemia de Gripe Espanhola.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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