ARTICULISTAS

Nem tão óbvio

É preciso falar sobre o óbvio porque nem sempre ele o é

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 26/02/2013 às 20:12Atualizado em 19/12/2022 às 14:29
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É preciso falar sobre o óbvio porque nem sempre ele o é. Quando se parte do princípio de que aquilo que se faz ou que se ensina é tão evidente e, portanto, o outro está entendendo, cometemos equívocos, porque não é bem assim. É óbvio. Quando se veem jovens aliados de ditadores, isso não é o óbvio, geralmente são libertários e inovadores. Detestam tudo que é mesmice e até achincalham o velho quando não se quer despir de suas infrutíferas convicções, ou porque ficaram no tempo e as suas imposições deformam as suas vítimas. É lamentável ver jovens assim, ainda mais quando estão à frente de formulação de políticas, as suas ideias adentraram ao tecido social, adoecendo-o. É sofrível observar professores no processo unicamente oral de aprendizagem, quando se sabe que o conhecimento ocorre pelos vários sentidos da natureza humana. Aquele que só fala desconsidera os demais sentidos. Nestes dias modernos, os conteúdos estão nas nuvens, acessados pelos aparatos tecnológicos, que por si só não libertam o homem, contribuem com o processo de aprendizagem. Não tem quem não aprende na convergência auditiva, visual e do prazer. Então, é obvio que a sala de aula tradicional, com as suas carteiras dispostas e o quadro à frente, padece de incrementação tecnológica com laboratórios e bibliotecas virtuais, acessados por alunos de várias localidades do mundo. É óbvio, mantendo os laboratórios e as bibliotecas presenciais. Não se pode prescindir do mundo real, ele nos permite virtualizá-lo. Mas ainda temos escolas públicas e privadas longe do óbvio dos dias modernos. É preciso dizer o óbvio para que não haja entendimentos díspares. Como é preferível o debate acalorado ao cinismo libertário que prefere a ditadura à liberdade. Veja a questão da folha de pagamento do 14º dos professores municipais. O vereador aliado da administração passada já queria uma Comissão Especial de Inquérito, e o vereador da oposição, a ponderação. O Secretário da Fazenda atual, que era do governo passado; o Sindicato dos Professores da rede Municipal e o Ministério Público chegarão aos fatos conclusivos, é óbvio. Prevalecerão os encaminhamentos. O mesmo, creio, não poderá fazer o Sindicato dos Professores da rede privada com aquelas instituições que não estão cumprindo com o acordo coletivo na concessão de bolsa de estudos aos filhos dos professores, fora ou dentro das instituições que lecionam. É obvio que a instituição educacional deveria cumprir o acordo coletivo de trabalho, o que não está ocorrendo. Algumas posam de ter responsabilidade social, no entanto são irresponsáveis com os seus educadores. É óbvio que existem os panfletários. Quando não se diz o que se pensa, pensa-se o quiser do pensador, e não do pensado. Pensamento é para ser confrontado, e não silenciado, assim se conhecem as partes. Vou preparar uma cuba livre, que é tão refrescante quanto o ruir dos ditadores mirins e velhotes.   

(*) Professor

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