ARTICULISTAS

No meu quintal

Tenho o costume de aproveitar o pequeno quintal de minha casa para o cultivo

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 07/02/2012 às 09:07Atualizado em 17/12/2022 às 08:14
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Tenho o costume de aproveitar o pequeno quintal de minha casa para o cultivo (Vale o trocadilho.) do meu salutar hábito de plantar. É grande o prazer de jogar a semente na terra e acompanhar o desenvolvimento das plantas. Também costumo transplantar mudas de espécies variadas.

Tanto nos vasos quanto no chão, não se pode dar trégua ao mato, que teima em vicejar, disputando água e adubo destinados às plantinhas. Um trabalho para o ano todo e para toda uma vida.

De vez em quando me deparo com alguma planta invasora do espaço onde cultivo meu passatemp nos últimos dias fui apresentado a uma bem interessante, o mentrasto, com alguns pés brotando em vários pontos do quintal.

Tenho notícias do mentrasto desde minha infância, quando era bem conhecido como erva-de-são-joão e maria-preta e também como catinga-de-bode, por seu cheiro marcante.

Essa plantinha malcheirosa, de flores azuis, fez sucesso em épocas remotas. Uma vez constatados os sintomas de certas doenças, logo se ouvia o conselh “Dê um chazinho de mentrasto que isso passa logo!” Assim é que muitos de nós nos lembramos de termos tomado, algum dia, um chá especial, que nos proporcionou alívio da dor. Pode ser que tenha sido o tal chá de mentrasto. Havia abundância de mentrasto naquele tempo. E, nós, os leigos em medicina, não ficávamos sabendo de notícias de mal acarretado pelo uso da planta.

Lembro-me bem de como o chá de mentrasto era usado com frequência, em todas as casas, para combater umas tantas doenças. Talvez na época não houvesse um bom número de pesquisas significativas a respeito dos seus poderes medicinais. E talvez a disseminação de seu uso devesse ser atribuída ao conhecimento empírico de sua eficácia contra dores, sabedoria popular passada de geração para geração.

Hoje se sabe que o mentrasto tem ação anti-inflamatória e analgésica. E a planta se mostrou eficaz no controle da artrite, bem como em atividades inseticidas, antimicrobianas e antiespasmódicas. Mas como existem evidências de sua toxidade, a planta não pode ser usada de maneira contínua. As informações foram colhidas em publicação que trata das plantas medicinais e que aconselha, em qualquer circunstância, que procuremos um médico.

Enfim, não plantei os pés de mentrasto que apareceram no meu domínio. Entretanto, vou cuidar de todos eles com carinho, como sempre faço com minhas plantas, pelo bem que podem fazer e pelas lembranças que me proporcionam. É isso. Não plantei os pés de mentrasto no meu quintal, porém, graças a eles, já colhi boas recordações.

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