ARTICULISTAS

“Nós fica ou nós vai?”

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 08/02/2015 às 15:17Atualizado em 17/12/2022 às 01:31
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 “Nós fica ou nós vai?”

Estou assustado com o analfabetismo que se alastra entre nossos vestibulandos como tiririca entre a grama de nossos jardins. Os jornais publicaram nos últimos dias uma notícia para mim inesperada: o crescimento da ignorância de nossos jovens das regras mais elementares da linguagem. Dos candidatos que prestaram prova para ingresso numa faculdade, 500.000 (sim: quinhentos mil!) tiraram nota zero. Das provas da incompetência algumas vazaram. Vou elencar algumas para seu conhecimento e tristeza:

1 – Numa das redações, do começo ao fim, não havia uma pontuação sequer. Vírgulas, pontos finais, interrogação, nada.

2 – Nas arves daquela mata não avia mais folha.

3 – O serumano no mesmo tempo que constroi destroi

4 – Vamos deixarmos se sermos egoístas e pensar mais em nós mesmos

5 – Os seringueiros tira borracha das arves, mas não derrubam as seringas.

6 – Os rios são formados pelas bacias esferográficas.

7 – Atualmente não se fala em otro assunto anonser sobre araras azuls que ficam sobvoando as matas.

8 – É preciso prezervar não apenas o meio ambiente mas todo ele.

9 – O poblema é ainda maior se tratando da camada de Diozanim.

10 – O poblema da prezervação das matas é de muita gravidês.

11 – A natureza brasileira tem 500 anos e já está quase se acabando.

12 – Eu concordo em genero e numero igual

13 – Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem cerebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.

14 – Enquanto os zoutros são tudo de baixo nível.

Há poucos dias, fiquei conhecendo uma professora de português de um grupo de rapazes que se preparam para um curso superior. “Padre, eu não sei mais o que fazer, eles não querem aprender”. Agora entendo, eles não querem. Não se interessam. É por isso que encontramos gente “formada” escrevendo “néquiço”, “conserteza”, “abilitação”, “esseção” e outras calamidades. Eles não querem. Afinal, o que eles querem? Diz uma professora, minha amiga, que eles querem mesmo é um “aifone”.

Padre Prata

Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

thprata@terra.com.br

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