Muitos animais das selvas se atacam
Muitos animais das selvas se atacam para a sua alimentação. É a exigência da sobrevivência, quando o mais forte vence. Pelo que se tem assistido no programa “O mundo animal”, tal conceituação do “Mais forte vence”, não reflete por inteiro essa verdade. Vemos animais fortíssimos, pesados, sendo abatidos por outro não igual fisicamente. O leão exemplificando, com seus 200 quilos ou pouco mais, enfrenta búfalos pesando por volta de 500 quilos e os vence com impressionante supremacia. Ouvimos que quando o leão se dispara atrás doutro animal, sua pressão arterial após 15 ou pouco mais segundos, se altera assustadoramente podendo lhe causar a morte instantânea. Realmente após a perseguição, segurando a sua presa, permanece respirando ofegante por algum tempo até se recompor. É de fato, o “Rei dos animais”, por tudo. Por sua astúcia, por sua velocidade, por sua decisão, por sua valentia não lhe importando a diferença de corpo e de peso. É um predador temido. Quando não encontra outro animal que lhe possa servir de alimento, rouba outros filhotes. Assistimos pela TV, a uma onça em ferrenha luta com um enorme leão que rondava os seus. Que bravura!... Impressionante!... Que valentia admirável!... Mesmo assim, acabou sendo vencida observando com olhos de mãe, o leão levando seu filhote abacanhado. Ouvimos também, que o único animal que lhe enfrenta, é a Hiena, bravíssima, valente, ágil, destemida. Quando em grupo, atacam o leão com tamanha fúria que nenhum se arrisca a enfrenta-las. São elas também grandes predadoras. Esse é o espetáculo no verde da selva, o espetáculo dos irracionais. Mas, há muitos predadores conscientes, letrados e mesmo outros de poucas letras aqui ao nosso lado. Já se fazendo algum tempo, estando eu às margens da represa da cidade de Nova Ponte, assistia curiosamente a dois indivíduos que arrastavam para fora d’água, uma rede com muitos peixes. Selecionavam os maiores e, os menores, eram jogados em terra, quando deveriam voltar para a água. Esse é um Procedimento predatório. Ao deles me aproximar com intento de lhes sugerir que voltassem os peixes menores a represa me abismei com que faziam. Cada qual com uma faca abriam o peixe pela barriga. Ainda vivo, com uma colher, raspavam-lhe por dentro arrancando-lhe as vísceras. Depois eram jogados em uma caixa grande de isopor, já repleta de peixes. Doutra feita, estando com a minha canoa ao lado doutro pescador na represa da cidade de Planura, o assisti furioso com o tamanho do peixe fisgado. Após retira-lo do anzol, com visível ódio, bateu a cabeça do pequeno peixe por duas vezes na borda da canoa. Morto logicamente, foi atirado n’água que boiando, desceu rio abaixo. Assistindo aquilo, me retirei. Para aqueles predadores das selvas, nossa consciência os justifica. Para os predadores aqui juntinhos de nós, o bom seria leva-los sem camisa ao tronco e lhes dar pelo menos, 10 chicotadas nas costas como já vimos em filme faroeste. Por que chicotadas e não cadeia? Porque cadeia nesse Brasil passou a ser substituída por FIANÇA. Não importa o que fez... Pagou, pode ir embora—até pela porta da frente. De quantos conhecemos suas passagens, saíram também pela porta da frente e andam soltinhos, tranquilos e sorridentes pertinhos de nós?
(*) manoel- marta@hotmail.com