Imagine você, prezado leitor, a situação ingrata, triste e problemática de não ter apoio dentro da sua própria casa, sua família, seu lar.
Imagine ficar sem apoio, sem alicerce no lugar onde, acredita-se, você nem precisasse pedir por tal ajuda.
Pense e tente realizar em sua mente, a possibilidade de você, santo de casa, precisar procurar outro lugar para tentar realizar seus milagres.
É tenso.
Tais dúvidas me acometem e me deixam com a cabeça inchada só de imaginar. Mas, como vem acontecendo em outras cidades de interior, onde os clubes estão trocando suas sedes, nomes e escudos devido à falta de apoio local, o meu medo não chega a ser tão absurdo.
Ora, a bola da vez é o Guaratinguetá que, ao que tudo indica, sairá da cidade natal para se instalar em Americana. Já pensou: o cara é torcedor do Guará desde pequeno e, de repente, o Guará se transforma em Americana Futebol Clube!
Isso já aconteceu há algum tempo, vejam vocês: o Grêmio Barueri se tornou Grêmio Prudente, hoje, lanterna do Brasileirão.
Entendo a decisão dos dirigentes que, muitas vezes, tiram do próprio bolso para manter a equipe. Sem apoio, meu povo, não se chega a lugar algum. Se parassem e pensassem melhor, as prefeituras, por exemplo, entenderiam que apoiar o time da cidade é uma ótima oportunidade de ganhar pontos com a população. O clube, por sua vez, teria segurança na hora de investir e assumir compromissos com salários de jogadores, por exemplo.
Dei o exemplo das prefeituras, mas a iniciativa privada também deveria dar mais atenção a esse tipo de patrocínio. Além de divulgar a marca, estariam apoiando o esporte e, na maioria dos casos, o único clube da cidade – pelo qual os moradores são apaixonados desde criancinhas.
Em Itumbiara, Goiás, a prefeitura mantém apoio ao clube e vem dando certo. Não se vê problemas com falta de recursos para contratações e formulações de plantéis. Por outro lado, o prefeito ganha pontos com a população, como eu já disse.
Às vésperas de mais uma eleição para escolha da nova diretoria do Uberaba Sport Club, talvez fosse o momento ideal para chapas se apresentarem e, com elas, nomes de possíveis patrocinadores para as próximas temporadas. E, dentre os nomes, quem sabe não surgiria o da prefeitura.
Seria muito triste, amigo leitor, ver o Uberaba Sport Club, o Colorado Mais Querido do Mundo, pegando suas malas e indo embora daqui. É bom lembrar que o USC já perdeu sua “casa”, o estádio Boulanger Pucci. Atualmente, a nova casa do time tem sido o campo do Tupi que, apesar de acomodar os treinos e ter sido ofertado com tanto carinho, não é a casa do clube. Não é a mesma coisa.
Seria o fim da picada e motivo de lágrimas para essa torcida tão apaixonada, ver o clube saindo daqui, com uma mão na frente e a outra atrás, para se instalar em outro lugar e se chamar, quem sabe, Uberlândia Esporte Clube. Já pensou? É melhor nem imaginar...