ARTICULISTAS

Novos tempos

No domingo passado entrei cedo na minha mercearia

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 05/02/2014 às 19:40Atualizado em 19/12/2022 às 09:09
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No domingo passado entrei cedo na minha mercearia abastecedora da fazenda (é verdade!) de frutas, verduras, tomates, etc. Era cedo, gente da vila ia chegando com iguais propósitos, e vários me cumprimentavam, com amabilidade e conhecimentos que eu não me lembrava. Uma coisa foi sempre lembrada: a minha vida como médico “generalista”. Outra, de importância: estas crônicas aqui no Jornal da Manhã. Eu pensava que apenas um grupo mais intelectualizado as lia, mas nã gente simples e humilde também lê, e logo me dão ou pedem palpites sobre a vida. E mais, estes palpites eram por vezes muito importantes, coisas que eu mesmo avaliava. Escrevi sobre os nossos governos, minha visão pessoal... e lá vinha a concordância do carregador e da senhora mãe de família, e mais gente falando do mundo e das coisas atuais – e pior, como é próprio do brasileiro, baixando o pau no governo, na educação, na moral e os novos costumes da juventude. Ali estavam, pensei, razões e motivos para novas e muitas crônicas, tantas que não terei tempo e vida para contar. Por exemplo e sust quase todo mundo assiste a TV, seus noticiários... e as novelas. Parece-me que a vida das gentes é fixada e preocupada com a visão e a conversa da televisão. Uma jogada só: aquela novela recém-acabada mostra o beijo amoroso de dois homossexuais, coisa que deveria ser inimaginável há pouco tempo. Havia, é possível, mas escondido e envergonhado. Também os hábitos e regras da vida familiar, como diria Xisto Borges: tudo foi pro beleléu! A garota de recém-menstruações já mostra as coxas altas, e os peitos receberam silicone. Os machos, agora em moda, deixam crescer a barba em variados pontos, tatuagens são obrigatórias pelo corpo abaixo e acima... Olhe, meu leitor, não são apenas os jovens marginais, também gente que chamamos “de família” estão nestes usos e costumes... e não sei se os meia-idade também continuarão a aderir. Não tenho suficiência nem moral para ser modelo, mas tenho experiência para criticar os exageros deste novo mundo e nova gente. Uma educação moderna é necessária... é tolerável. Entretanto, estão perdendo a medida, pulando cada vez mais pra frente, sem ver que estradas podem terminar no esbarrancado. Um daqueles companheiros me disse: doutor, não tá fácil viver! E eu complet é, companheiro, vai ficando mais fácil morrer!

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