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Ô Brasil brasileiro!

Tem gente que não acredita ou acha cedo demais pensar que estamos vivendo o clima eleitoral 2010. Bobagem deles, diria a tia Zulmira, do Stanislau.

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:46
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Tem gente que não acredita ou acha cedo demais pensar que estamos vivendo o clima eleitoral 2010. Bobagem deles, diria a tia Zulmira, do Stanislau. Não só estamos, como, na realidade, o Brasil vive permanentemente em processo eleitoral. Há tempos, eleições eram mais solenes, podiam acontecer de quatro em quatro anos e ser acumuladas no tudo junto de vereador à Presidência da República. Economia de tempo, de dinheiro e de eventuais choros e raivas. Na fase atual, as eleições são cada vez mais fracionadas. Penso que vamos chegar à delícia de eleições anuais: vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senado e, afinal, Presidência e seu Vice-Presidente. Seis eleições, de dois em dois anos, que maravilha! Doze anos pra turma da gandaia se ajeitar, mudar de partido, e companheiros, de ideias e programas, sobretudo de seus interesses até financeiros, porque, afinal, ninguém é de ferro e o Brasil é nosso. O povão, é claro, teria uma parcela ou momento de felicidade. Lembro da Dulcinha dizendo que, agora, ia casar porque o Alfredinho ganhou um emprego, era cabo eleitoral efetivo e de carteira assinada! Se seu patrão, Pedrinho, mudasse de ideia ou de partido, não tinha importância, afinal, quem no Brasil tem atestado de fidelidade, sobretudo política? Seria cômodo, se não fosse triste, os políticos candidatos terem que juntar à sua documentação pré-eleitoral o atestado de sua política, sobretudo na constância da sua fidelidade ao partido, aos ideais sociais e no seu compromisso com o caráter e a honestidade vitalícia. Caramba! Mais gozado ainda seria a próxima eleição, onde ele iria apresentar-se e nós poderíamos comparar fidelidade aos seus compromissos. Agora, imaginem apenas (ou sonhem...): o candidato estaria cassado eleitoralmente se fossem evidentes e denunciadas suas infidelidades e passeios extraconjugais com outros partidos e patrões? Pergunto a você, meu patriótico e honesto eleitor: quantos candidatos sobrariam? E não seria boa esta lavagem e eliminação dos nossos baderneiros-negociantes da política? Já sei, Zolmiro, isto é sonho ou fantasia, mas que ia ser engraçado ia, mesmo porque sobraria pouca gente para ser votada. Agora, e nesta tertúlia (pega o dicionário, Zolmiro!) política, a gente poderia colher farto material para análise deste nosso Brasil, de seus governantes e seu povo. Afinal, a democracia e o voto nos obrigam a respeitar e conviver com os resultados das eleições. Ele ganhou, ela nos diz que deve ser o melhor; respeitá-lo e obedecê-lo é nossa obrigação. Vox Populi, Vox Dei (atenção, Zolmiro!). Tudo bem, mas será que em todos os Estados, Municípios e poderes Legislativos esta regra é válida e respeitada? Ou será que a nossa política é apenas o exercício repetido das negociações partidárias e seus personagens, um imenso mercado onde se compra e se vende de tudo?... Sei não, mas eu me divirto enquanto não chega a minha cadeira de rodas – adoro espetáculos de circo... Imagino o beicinho dos petistas revolucionários vendo Lula e seu PT agora doces e suaves no Aero, boas bebidas e novos milionários amigos. Afinal, chegamos lá. Pinga e pobreza, caramba, nunca mais! E me divirto quando o antigo PT odiava e cassava o Collor e, agora, no Senado, coloca-o presidente de uma comissão essencialmente ética e poderosa... e garante a monarquia Sarney no Maranhão... e já vai convidando Aécio, Serra, Ciro Gomes e mais, se puder, o Chico Xavier e o papa Bento, tudo na montagem do espetáculo Dilma 2010 – mas tudo sem importância, o Brasil é nosso e assim mesmo. Se falhar a gente queima ela, com Botox e tudo, sai pra outra. Cuidado, gente, o Sarney é eterno! E você, Tilico idiota, ainda briga com o cunhado por causa de eleição... Vai bora pescar na lagoa Emendada, onde pelo menos os peixes são honestamente fiéis...

(*) Médico e pecuarista

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