Hoje, 12 de março, tem início o conclave [cum + clave (latim)
Hoje, 12 de março, tem início o conclave [cum + clave (latim) = com chave], a reunião em clausura de cardeais para a escolha do sucessor de Bento XVI (atualmente papa emérito, uma situação pouco comum na Igreja Católica). Isolados na belíssima capela Sistina, preparada para o evento, os cardeais elegerão aquele que julgam apto para comandar o rebanho de 1,2 bilhão de fiéis católicos.
Diferentemente de alguns políticos em campanha, os cardeais não fazem boca de urna, pedindo votos e prometendo um bom cargo na Cúria Romana aos colegas. Em tese, qualquer um dos participantes do conclave pode ser o escolhido.
Mas as casas de apostas, estas sim, lançaram os nomes de cardeais que elas julgam ter a possibilidade de chegar ao papado. Essa lista é encabeçada por Angelo Scola (Itália), seguido por Peter Turkson (Gana), Tarcisio Bertone (Itália), Odilo Scherer (Brasil) e Marc Ouellet (Canadá). Todos eles possuem um histórico de relevantes serviços prestados à Igreja.
É possível que ainda hoje uma fumaça branca possa sair da chaminé instalada na capela Sistina. Possível, sim, mas, a julgar pelos dados históricos, pouco provável que isso aconteça: desde 1903 apenas três papas foram eleitos com dois dias de votação - Bento XVI, João Paulo I e Pio XII. Conclave mais demorado foi o que elegeu Pio XI - cinco dias de votação.
Depois de várias tentativas, não ocorrendo a escolha, ela passa a ser concentrada nos dois cardeais mais votados. E ao mais votado perguntar-se-á se ele aceita ser papa.
Como leigos, fazemo-nos uma série de perguntas: Será que as casas de apostas estão certas quanto ao levantamento dos cardeais favoritos? Será que o escolhido aceitará ser papa? Que nome o cardeal eleito adotará como novo papa? E a questão muito particular, para nós, brasileiros: cardeal Odilo Scherer tem realmente grande possibilidade de ser o novo papa?
É de praxe que todas as perguntas levantadas num texto tenham resposta nele mesmo. Como há exceções em todas as regras, este texto é uma exceção, uma vez que poderemos conhecer ao menos algumas das respostas por que procuramos, somente com o desenrolar da história e o anúncio do novo papa. Nossa maior expectativa é que, quem quer que seja eleito papa, conduza com sabedoria o povo que o acolherá como pastor.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro