ARTICULISTAS

O dinheiro... o poder... o sexo

Aí estão, meus amigos, os três elementos simbólicos da existência humana

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 29/06/2011 às 20:11Atualizado em 19/12/2022 às 23:38
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Aí estão, meus amigos, os três elementos simbólicos da existência humana. E escrevo tranquilo, sabendo que até nesta ordem gira a nossa existência através os séculos. É certo que, no início da vida humana, as coisas eram diferentes. Biblicamente, no tal Éden ou paraíso terrestre, não havia dinheiro nem poder – bom para Adão e Eva, que devem ter aproveitado bem o tal de sexo, que aprendiam vivendo a livre natureza e seu paraíso. Não durou muito, vieram os filhos e deles todas as complicações. Caim matou Abel porque tinha ambição de ser o melhor e mais poderoso – o primeiro passo para o poder. Com a multiplicação, a raça humana descobriu que o poder era muito importante, porém exigente de um fato novo, que lhe abriria as portas: o dinheiro.

A escola de valores veio se desmoronand o dinheiro provou que comprava o poder e que o sexo também podia ser comprado. Aí estamos hoje na mais tremenda confusão. O moço jovem não entende por que sua linda namorada o deixou por um tal Arquelau, cuja beleza eram uma conta grande no tal Banco Real e um carro importado. Já o Arquelau, velho safado e sabido, precisava pôr dinheiro na eleição do Januario para prefeito, que garantiria aprovar seu loteamento lá no fim do mundo – e muito dinheiro. É claro que o Januario queria ser prefeito, ser importante e charmoso para conquistar a Julieta, irmã mais nova da namorada do moço jovem. Fecha-se o círculo da atual humanidade: dinheiro, poder e sexo.

Agora, meu amigo leitor, pra quê esta besteirada que nós todos reconhecemos? Meu caro amigo, eu lhe devolvo a consulta que está escondida: porque, se nós todos sabemos e reconhecemos esses poderes, por que tantos ficamos deles dependentes? Inverto a sequência: o Januario perde a eleição; o Arquelau perde seu dinheiro e loteamento; a mocinha nova e bonita chuta o Arquelau e quer de novo o seu amor do moço jovem – um final safado e melancólico para esta crônica, que conclui simplesmente: só dinheiro, só poder ou só sexo não vão garantir felicidade.

Chamo meu filósofo Dino, fiel entendedor da humanidade, e leio a crônica para sua opinião. Ele pensa, acende na binga seu pito de palha, tira uma fumaça e doutrina: doutor, quem pensa só no dinheiro, no poder e nas muié... tá fudido e mal pago. Vam’bora pra lagoa, sem dinheiro, sem poder e sem competência pras muiés – cabô ali o sofrer, patrão!

(*) Médico e pecuarista

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