Certa vez ouvi de um vivenciado senhor que o homem para viver, na realidade, não precisa mais do que o estritamente necessário. Com o passar dos anos sempre me mantive atento para compreender esse “estritamente necessário”, já que vivemos num mundo onde a sobra e o desperdício correm soltos. Basta ver que cada brasileiro produz cerca de um quilo de lixo por dia. Eis uma história real:
Um grupo de jovens decidiu empreender uma viagem de férias e deveriam levar roupas e outros pertences suficientes para servi-los por quinze dias. Acostumados com um bom conforto, a bagagem de cada viajante seria composta por duas malas; uma delas levaria os apetrechos essenciais e a outra, os acessórios. A primeira guardava de pasta dental a roupas e objetos de uso diário, algum dinheiro, computador, remédios, etc. A segunda, bem menor, continha tênis, chinelos e outros badulaques. Chegando ao final da viagem, todos constataram o inesperad a mala principal de cada um fora extraviada. Desespero e pânico geral.
No ato os pais foram contatados com pedidos de socorro e uma solução. Enfim, uma medida conciliadora resolveu a questã seria enviado dinheiro para que os jovens comprassem alguns poucos pertences e assim sanar suas dificuldades. Nenhum deles compraria mais do que o necessário e tudo seria resolvido como, aliás, foi.
Os quinze dias correram num clima amistoso e nenhum dos jovens passou qualquer dificuldade. É preciso considerar que alguns deles usavam suas vestes durante o dia e à noite as lavavam, mas transtornos sérios não foram registrados. A ausência da primeira mala sequer foi sentida e o resgate dela junto à empresa responsável pelo seu extravio resolveu-se dias depois. Já em casa, um dos jovens comentou com os pais: “Engraçado; eu que antes precisava de tantas coisas e objetos de uso pessoal para me servir, passei todos esses dias sem ter necessidade deles”.
Leitor(a), depois de interpretar estas linhas você concorda com as palavras do vivenciado senhor? Quais sejam: “O homem para viver, na realidade, não precisa mais do que o estritamente necessário”. É bom ter em mente que tudo, além do necessário, é sobra.
Aquele filho que havia esquecido sua mala pôs-se a refletir sobre a importância de vivermos com o necessário, sem sobras e desperdícios. Com certeza, a experiência o marcou muito.