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O Galo decepcionou a Raposa

04 de julho de 2013 o Mineirão estava abarrotado

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 30/07/2013 às 20:21Atualizado em 19/12/2022 às 11:48
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04 de julho de 2013 o Mineirão estava abarrotado. O padrão era CBF. O padrão FIFA foi-se com a Copa das Confederações. Estamos emanados na nossa fé. Sem credos. Não em uma fé de resignação ou de provação, mas na fé da superação, da vitória agora, da confiança que requer o não vacilar. Existem os que torcem pela derrota, mas esses são de fé frouxa. Há uma concentração de sentimentos, dos mais variados. A maioria esmagadora que grita que crê que se exalta e se supera, a partir das lágrimas e sorrisos são  gargalhadas a ecoarem na frase: "Eu acredito!". Os corpos não sentem frio e nem calor, somente a pulsação das veias e as batidas do coração por onde os olhos veem. São corpos apertados uns aos outros formando um único corpo sem dor. Se houvera dor, foi enquanto houve o empate. Precisamos de gols. E, para tanto, o vacilo ou a descrença não pode romper entre nós, deve ser barrado, espantado, condenados ao ostracismo. De um lado estavam os mineiros rivalizando-se com o Paraguai e os cruzeirenses,  que nem neste momento se deixam ser brasileiros,  preferem a fronteira de lá por hábito da prática. De cá da fronteira, nós contra eles. O jogo começa com o Galo pondo a raposa e o time do Paraguai – Olímpia, que tem seus méritos, na roda. Neste dia e nos dias anteriores, o Galo decepcionou a raposa e alegrou os brasileiros. A prorrogação, após o dois a zero, chegou aos pênaltis. A decisão da Copa Libertadores foi para os pênaltis. Isto mesmo. Éramos todos dentro do gol, deixamos uma raposa salivando e os paraguaios delirando ao perderem dois pênaltis. Um que o goleiro Victor defendeu e outro que bateu no travessão enquanto o time do Atlético convertia todos. O Mineirão era silêncio até que explodiu em gritos, lágrimas, abraços e sofrimentos de amor ao nosso time. Nesta noite de frio não era possível usar a camisa. O calor nos queimava, devorava o que havia de ruim e  nos nutria com o  que há de melhor em cada um de nós.  Eu acredito... Foi o grito da esperança, da superação. Passamos a ser um único choro. Éramos homens e mulheres, jovens e velhos e crianças, com o mesmo sentimento, com a mesma euforia que marcam crianças ao receberem o presente sonhado. Éramos a alegria do retorno do amor separado, éramos a doçura de pêssego mordido, de beijo compartilhado. Fomos a explosão a iluminar a noite de frio para que o calor não mais permitisse que a desesperança estivesse acima de nossos sonhos. Ao sair do Mineirão, o seu cheiro me impregnava de um odor que era só seu. Não podia mais ser sem você. Ao pensar em abraçá-la quis as batidas de seu coração e o pêssego, fruta doce de meu desejo.   

 

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