O homem e os aditivos químicos

Alguns canais de televisão, vez por outra, nos apresentam reportagens interessantes e instrutivas sobre a vida dos insetos. São documentários coloridos, atraentes, bem feitos. Alguns nos divertem. Outros nos deixam preocupados. Conseguiremos sobreviver aos insetos?

Para salvar suas plantações da voracidade dos predadores, o homem lança mão de poderosos inseticidas. Alguns insetos sobrevivem ao ataque para retornar mais tarde imunizados. Criam resistência. A luta continua: os inseticidas são reforçados. Nova resistência. Aos poucos, o homem vai perdendo a luta: vai se autoenvenenando. Vai se matando. É um inconcebível círculo vicioso, de natureza biológica. O homem está se envenenando com os alimentos que produz.

Você, quando sai do supermercado, leva para sua casa quilos de produtos químicos. Morangos, uvas, mamão, couve, tomate, brócolis, maçãs, soja, presunto, Danone, margarina, óleo, massa de tomate, açúcar, doces, refrigerantes, tudo isto (e o resto) está contaminado por aditivos químicos, em grande parte, cancerígenos. Pior é que você, chegando em casa, distribui tudo isso para sua família, inclusive para crianças. E, quando alguém de sua família pega um câncer, o culpado é Deus. É essa sua lógica...

Vivemos num tempo de impressionante aceleração industrial. É preciso produzir cada vez mais em menor espaço de tempo. Nessa corrida, o que realmente importa é o lucro. A ciência e a técnica tornam-se instrumentos de desequilíbrio da natureza. Como se fossem um fantástico bumerangue, a ciência e a técnica se voltam contra o homem.

Realmente, a ambição do homem leva-o à morte. É toda uma química de destruição lenta e inexorável: antimofantes, acidulantes, umectantes, edulcorantes, antioxidantes, aromatizantes, espessantes. Seu poder de destruir não tem mais limites. O homem se torna um deus às avessas.

Não se viola impunemente a obra de Deus, a natureza. Ela, ferida, se vinga, volta-se contra o agressor. Violência gera violência. O sistema ecológico baseia-se no equilíbrio. A Natureza levou milhões de anos para proporcionar ao homem um ambiente de equilíbrio. O homem interfere. Torna-se um fator de desequilíbrio, de morte.

Para os produtores de alimentos, sua vida não importa. O que realmente importa são os lucros. Você é apenas um detalhe. Um consumidor.