ARTICULISTAS

O homem propõe... e Deus dispõe

Aí está uma frase banal, que escutei e gravei ainda na infância. Na realidade, aí está a grande e definitiva verdade

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 21/07/2010 às 20:22Atualizado em 20/12/2022 às 05:18
Compartilhar

Aí está uma frase banal, que escutei e gravei ainda na infância. Na realidade, aí está a grande e definitiva verdade. Quantos sonhos e programações nós fazemos, alguns complicados e outros simples. Para os complicados, às vezes, o homem pede a ajuda divina, para ver se assim eles se realizam. Para os simples, a vaidade humana dispensa esta ajuda, faz como dizem os gaúchos: sozinhos, no osso do peito... e às vezes, se estrepam. Intróito banal o desta crônica, mas é justificativa para meu escrito. Vam’la, sempre tenho alguma coisa de minha vida, conto simples e sem cerimônia.

De começo, relembro que vou ficando erado (não querem dar-me a honra de velho...). Assim, como outros, há poucos meses fui visitar um magnífico erado em sua fazenda: meu amigo-irmão Adib Jatene. Lá estava o Adair, nelorista clássico de meia era. Um domingo beleza, voltei à tarde para Uberaba. Passei beirando Barretos, pensei: caramba, preciso voltar aqui para visitar o primo Rubico! Eu não sabia, naquela hora Rubico estava morto, na surpresa da morte que sempre dizemos estar prontos e nunca sabemos quando virá. Em Uberaba, tive gente da família com doença séria, fiquei preso.

Agora, acontecendo o leilão de liquidação do excepcional gado do Rubico, aqui em Uberaba, pensei: vai ser fácil, encontrarei todos por aqui. Aconteceu o que já disse lá em cima: Deus dispôs diferente, meu irmão Afonso, lá no Rio de Janeiro naufraga em grave enfermidade... e lá vou eu, a visita e os primos ficam para traz. Não estando em presença física, pego a caneta da minha crônica, homenagem final ao primo Rubico Carvalho. Hoje, quero lembrar dele e dos tantos e muitos outros baluartes que se foram. Minhas raízes familiares estão mergulhadas na odisseia do zebu, e nela gravaram nomes.

Rubico e João Humberto (que primo!) assinaram Carvalho, mas eram filhos do tio Chiquinho, casado com tia Chiquinha, irmã de minha mãe. Idem, Vigilato Machado, com tia Elina. Minha mãe, com Geraldino e filho José Humberto. E Torres Homem, do primo Vicentinho, RC inapelável, e o tio Nenen Costa, irmão de minha mãe, pai do Lucio, e etc etc de tantos parentes. Alguns eu chamo de beira, como o inesquecível Pilades Prata Tibery, amigo do rompante e da coragem.

Nesta hora eu me lembro da placa que plantamos no coração do nosso parque de Exposição, contendo o nome dos antigos guerreiros e pioneiros. Penso e sugiro aos nossos companheiros diretores e jovens: a segunda geração já está sendo chamada lá pra cima. Que tal honrar-lhes a memória com uma segunda placa, ali ao redor de seus pais e sonhos? Imagino como o Chico que venta no MS, o Rubiquinho que soprou nos Estados Unidos, o Tonico permanente, o Ado que sonhou e fez a previsão dos leilões, ficarão felizes com esta ABCZ que tanto sonharam e viveram. Afinal, como conta a Isabella: viver, e não ter a vergonha de ser feliz... e cantar, e cantar... Esta, penso, é a homenagem que Deus prefere.

(*) médico e pecuarista

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por