No dia 02/10/1998, publiquei a crônica “Sem limites” em alusão ao comunicador de T.V Carlos Massa, o Ratinho, que dava os seus primeiros passos no Sistema Brasileiro de Televisão - SBT. Sem ser um futurólogo e muito menos ter olho de lince, consegui prever com a antecedência de 15 anos quem seria ele, o Ratinho, no ano de 2014. Eis uma parte do previ:“AQUI TEM CAFÉ NO BULE!” – diz Carlos Massa, o Ratinho.
Sem a ótica e formação acadêmica de psicanalista, psicólogo, analista comportamental, sociólogo etc., flui-me o desejo de enfocar Ratinho. Fenômeno? Enganador? Esperto? Profissional? Corajoso? Oportunista? Inteligente? O sobrenome Massa lhe cai muito bem.
Por que ele aconteceu na TV? Questões de momento.
Ele já disse que o seu começo e a própria trajetória foram de arder. Há algo diferente nesse “mil faces”, que é comum em todo vencedor. A fala acessível, o jeito simples e parecido com 95% da massa, a persistência e a vontade. Não há ídolo arrogante e Ratinho não o é, reparemos. Quando ele (o ídolo) se esquece desse ponto valioso, vai desabando até sumir. Vejam os Beatles. E Ratinho, até onde irá? É um “fora de série” ou um sem limites? Estou mais para o sem limites.
Eu e você, ao sermos vistos assistindo ao seu programa, que ridículo, diriam alguns. Não tenho tempo para tanto, mas devemos colocar a mala no chão e dizer: esse cara mostra a face nua e crua do Brasil, aquela que temos vergonha de mostrar. Democracia é isso e o povo gosta. Audiência nele!”
Quinze anos se passaram e no programa Conexão Repórter, de 12/03/2014, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini no SBT, o menino Carlinhos, hoje arquimilionário, passou em revista parte do seu patrimônio, que, segundo ele, fora conseguido a duríssimas penas. Carlos Massa, o Ratinho, possui de ótimas fazendas produtoras de soja, café e milho a várias emissoras de rádio e TV, avião, helicóptero, além de mansões e outros imóveis de cair o queixo. “Cascalho” para ele não é mais problema, e sim solução.
É interessante ver que Ratinho não esquece as suas origens, tanto que, vertendo lágrimas, mostrou a poltrona onde um dia se sentou num auditório e dali assistiu ao vivo o primeiro programa de TV. Anos depois, ele volta ao mesmo local como dono de tudo e muito mais.
O maior patrimônio do megamilionário Ratinho, conforme demonstrou, não está no ter, mas no ser. É visível o senso de desprendimento e união que ele devota à família, riqueza essa colocada acima de qualquer um dos seus interesses.
Observei que os veículos vistos aos fundos nas tomadas de cenas durante a reportagem tinham suas placas desfiguradas por computação. É a violência impondo o seu “respeito” para que não possamos nos deslocar livremente. Alienaram o nosso livre arbítrio.
E Ratinho, até onde vai? Mesmo com os cuidados dos quais ele e todos nós devemos nos acercar, continuo vendo Carlos Massa, depois de 15 anos, como sendo o homem sem limites.