A justiça de Deus inocenta e ensina
A justiça de Deus inocenta e ensina, enquanto que a dos homens absolve e acostuma. Esta frase me foi dita por um homem extremamente simples.
Recentemente, certo acusado de um crime dizia-se feliz por dois motivos: ter sido absolvido pelos nossos tribunais superiores e ver a sua sentença transitada em julgado. Vale dizer que ele, perante a lei, nada mais deve à Justiça e terá seu nome no rol dos sem culpa pelos crimes que cometeram. “Eu fui absolvido e isso é o que me importa”, dizia o homem se achando cheio de razão.
Alguém perguntou ao homem julgad - Você foi absolvido, mas pode dizer que é inocente? O todo prepotente cidadão, como se falasse de si mesmo, concluiu dizend “Eh... nem todo absolvido é inocente”. O inocente, como sabemos, é assim visto porque nada fez de errado enquanto que o absolvido por ter cometido o erro, precisou de uma defesa.
Ao mirarmos o inocente e o absolvido podemos ver que a vida do primeiro retrata a sua paz interior enquanto que o segundo tem dentro uma luz sinalizando que, ser absolvido não basta. Dever um crime e ser absolvido se iguala ao que acontece quando alguém vai fazer um remendo à mão e a linha se rompe. Emenda-se a linha e continua-se o trabalho, mas todas as vezes que ela passar pelo pano, vai ocorrer aquele “tup” do nó lembrand “Oh! Eu estou aqui”.
Num tempo que não me lembro quando e nem onde foi, fiz parte de certa “Mesa dos Inocentes”. Recentemente “trombei” com uma fotografia digna de um restauro e vi que eu ali estava ao lado de crianças com não mais do que cinco anos de idade. E convenhamos, uma criança com cinco anos de vida, mesmo diante das maldades de hoje, ainda é inocente. Imaginemos se naquela mesa estivessem sentadas pessoas absolvidas depois que fizeram algo errado. Provavelmente aquele ambiente seria outro.
Meus respeitos aos absolvidos, mas não se submeter a um julgamento é experimentar a supremacia que desfruta o inocente por estar quites com as Leis Universais. Os dois, o inocente e o absolvido pelas leis dos homens, têm um diferencial: um não tem a dívida para pagar e o outro não a quitará nunca.
(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro