Estimado leitor, todos nós sabemos que a escolha de uma profissão é uma necessidade, e, a cada dia que passa, vemos que os jovens têm maior dificuldade para fazer suas opções. Também não é para menos, uma vez que um universo de cursos e novas especializações tem surgido a cada dia.
Para complicar mais as coisas, o momento da escolha de uma profissão coincide com a fase do desenvolvimento na qual os jovens estão se descobrindo novamente, o que chamamos de nascimento existencial. É quando o jovem está definindo sua identidade e buscando conhecer melhor seus gostos, seus interesses e suas motivações. É comum os jovens dizerem: eu não sei o que faço, pois não gosto de nada em especial; ou eu gosto de tudo, pode?
Nesta fase começam a aparecer os primeiros confrontos com a família. As expectativas e desejos dos familiares vão se tornando mais conhecidos dos adolescentes, e eles entram, em alguns momentos, em estado de confusão. Percebem que é fundamental, na tentativa de construírem sua individualidade, diferenciarem o que é desejo deles, jovens, e o que é desejo de seus pais.
Neste momento, outros valores vivenciados em sociedade surgem como fundamentais para o adolescente, como a preocupação com o planeta, a humanidade (a fome, a pobreza, o preconceito), a política, os amores, etc. E, em meio a esse mundo de descobertas, a pergunta a ser feita é: como ajudá-los em um momento tão difícil?
A orientação vocacional pode ser de grande valia quando bem aplicada por um profissional sério e responsável. Mas o que é orientação vocacional? Em primeiro lugar, é preciso dizer que as técnicas que englobam a orientação vocacional não determinam qual o curso a pessoa deverá fazer, como pensam a maioria das pessoas. Ela serve para apontar as áreas com as quais uma pessoa tem maior afinidade. O objetivo é ajudar pessoas indecisas a refletir sobre a escolha da profissão.
Em busca de respostas, profissionais de orientação vocacional aplicam testes, jogos, atividades práticas, vivências, dramatizações e entrevistas. Além disso, mostram entrevistas com profissionais, organizam visitas a faculdades e coletam informações sobre o mercado de trabalho.
A dúvida mais comum das pessoas é sobre a validade das técnicas adotadas pela orientação vocacional. Será que é possível, a partir de algumas perguntas e encontros, descobrir qual a profissão ideal?
A realização de testes via Internet ou em revistas pouco vão dizer sobre a verdadeira vocação de alguém. Por isso, é importante buscar um serviço especializado, que possa envolver os aspectos psicológico e social do jovem, sua personalidade e suas emoções.
O trabalho de orientação vocacional é voltado para o autoconhecimento. O jovem deve tentar descobrir o que o satisfaz e, a partir daí, realizar suas escolhas. Mesmo assim, é sempre importante ter em mente que a vida pode mudar e que a escolha feita hoje pode não estar de acordo com os anseios futuros. O importante é estar preparado para mudar, sempre.
(*) doutorando em História e professor do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, da Facthus e da UFTM