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O MST está de volta

...E desta vez é aqui em Uberaba. Com toda a sua tradicional calma

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 06/06/2012 às 20:24Atualizado em 19/12/2022 às 19:16
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...E desta vez é aqui em Uberaba. Com toda a sua tradicional calma, quase na beira da rodovia 050, entre Uberaba e Uberlândia. Isto já era de se esperar, afinal vamos ter eleições, o grupo da baderna tem que mostrar sua participação. É sempre impressionante a coincidência dos sem-terra com a atividade política. Isto não é coisa de hoje e agora, eu mesmo vivi e experimentei seus métodos – posso contar minha experiência. Foi coisa lá do início desta tal “necessidade da terra”. Em inocência besta da minha idade, presidente da ABCZ, resolvi que a abertura dos projetos da Sudam (incentivos fiscais do Governo, lembram-se?) iria necessitar projetos de reprodutores zebuínos puros para aqueles campos e matas lá nos fundos do Mato Grosso. A ideia era certa, os anos provaram: o Estado antes deserto deve ser hoje a maior perspectiva da grande agropecuária brasileira. Acontece que eu e meus amigos sócios entramos cedo demais, antes da hora. Foi em nossas fazendas que o MST começou. O nome dos invasores era “posseiros”. Eles vinham de longe, de qualquer lugar, ainda me lembro da parição que nasceu aqui em Governador Valadares, foi lá matar gente do trabalho e das ilusões do Brasil - sertão. O Governo via Incra, dava-lhes total cobertura, eram os pobres necessitados da terra, do gado, dos pastos e logo da política que lhes pertenceria e iria proteger. No meu caso deu cert a invasão matou-me vacas registradas, tirei fotos do seu couro no açougue de Pontes e Lacerda, os agentes do Governo ficaram cegos, surdos e mudos. Um dia entraram fundo, então mataram gente, dois dos meus bons vaqueiros. Decidimos fácil: minha profissão tinha obrigação com a vida, não com a morte. Perdemos quase tudo, voltei ao meu hospital, uma vida mais nobre e tranquila – ponto final. Infelizmente aquela varíola humana se espalhou, o problema da terra se generalizou, porque recebe aceitação, cobertura, dinheiro e cargos políticos. Até dona Dilma presidente não vê ou sente a falsidade das invasões MST e suas intenções. O problema, presidente e poderosos de Brasília, não está na terra. Se isto fosse verdade, a política não estaria isolando e impedindo as aberturas da vastíssima terra dos novos territórios – que mantém intocáveis. Nada disto, interessa manter por aqui a quadrilha dos chamados “sem terra” – que também não querem terra alguma, querem mesmo é a grana e a importância do Brasil político. Já aconteceram, e muitas invasões mais vão acontecer. Depois, tudo vai acalmar... até a próxima. Só um cego não vê como os antigos fazendeiros e agricultores estão arrendando suas terras para cana, soja, milho... qualquer coisa menos sofrer nas suas velhas casas, currais e gado a chegada deste MST e similares – com casa, comida e salário. Ruim também: nossas associações e sindicatos fazem nada. Pergunto-lhes, leitores amigos: velho tem menopausa, pra falar e escrever, e nada fazer?

(*) Médico e pecuarista

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