A informática é responsável por uma nova forma de comunicação. Antes de seu advento, era muito mais trabalhosa a tarefa de se fazer um jornal, com notícias - palavra por palavra - e títulos - letra por letra - compostos no chumbo, nas linotipos.
No início do Jornal da Manhã, o clicherista recebia as fotos dos filmes das máquinas fotográficas reveladas e viabilizava a impressão delas no jornal. Datilografadas em máquinas de escrever, notícias eram ratificadas por telefone, evitando-se barrigas (notícias falsas), como a que aconteceu quando o informante da morte do político Benedito Valadares descartou a necessidade de confirmação, para alegria do jornal concorrente.
Linotipistas transcreviam notícias no chumbo quente, linha por linha. A impressão, na rotoplana enorme e barulhenta, era acompanhada com cuidado extremo. Tipógrafos se esmeravam para calçar bem as letras maiores, pois, se alguma letra se soltasse, seria preciso ajustar a página toda. Linotipistas eram raros. E era árduo o trabalho de formar novos profissionais.
Com a computação gráfica, jornais ganharam nova e atraente roupagem. E novas mídias facilitaram sua execução. Hoje se fazem jornais coloridos, com muitas fotos e visual agradável, ainda que as notícias não sejam as mais felizes. E a internet atualiza fatos do mundo todo. E justamente esse poder da internet possibilitou a arregimentação do povo, que saiu às ruas, protestando contra o aumento de vinte centavos no transporte público, o estopim para se manifestar contra a corrupção e todo o resto de ruim que acontece no país.
No debate vivo nas redes sociais, internautas se digladiam de maneira intensa, defendendo pontos de vista. Assim a grande massa vai conquistando vitórias, obrigando políticos a ouvirem essa poderosa voz das ruas. Infiltrado está o aproveitador, que, querendo levar vantagem, saqueia lojas, provoca a polícia e, em alguns casos, consegue tirar o foco das passeatas pacíficas.
Pesquisas registram enorme mudança em relação à opinião pública sobre os políticos, inclusive sobre a presidente Dilma, que tem se desdobrado para atender ao clamor popular. Governadores e prefeitos arregaçam mangas e adotam medidas práticas atendendo à reivindicação da massa, que quer mais, especialmente na educação, saúde, segurança e moralidade.
A internet, ferramenta para arregimentação da massa que busca o bem comum, mostra sua eficiência, razão pela qual, em certos países, a rede é policiada e censurada. Manifestações continuam. Ironicamente o povo pode não receber educação de qualidade, porém tem inteligência. Para desespero de nossos políticos, enquanto o território brasileiro repousa “deitado eternamente em berço esplêndido”, o povo está bem acordado. E depois de tantas conquistas, fica a expectativa para as próximas eleições. Por enquanto, só a certeza de que a internet conquistou lugar definitivo e profícuo na vida do cidadão.