É acirrada a luta entre a presidente Dilma e determinados políticos
É acirrada a luta entre a presidente Dilma e determinados políticos alojados na Câmara Federal e no Senado. Ou tais políticos recebem vantagens de sempre, garantidas por cargos e verbas, ou não votam leis de interesse do país. Para o povo, tudo isso se torna bom argumento para que malhe certos políticos. Mas seria exclusivamente o político o culpado desses atos nefandos?
Para se conhecer bem um homem, ofereça-lhe o poder. No comando de empresa ou instituição pública, a pessoa se revela. Há quem, nessa situação, mude até o próprio caráter. E o homem com a ilusão de poder é capaz de humilhar, massacrar, ridicularizar e desprezar o próximo, de fazer o que bem entende. Pode-se até agir assim, mas não se deve. Um dia o poder acaba (é efêmero) e a história se transforma.
Em vez de usar a força do poder em benefício de todos, alguns políticos, para mostrarem esse seu poder, se tornam useiros e vezeiros em manusear mal a caneta. E o povo fica indignado com esse político que quer só se locupletar, que tira vantagem para si e para familiares, que não governa em favor do povo, enfim, do político que faz mau uso do poder.
Afirmou Pelé que o brasileiro não sabe votar. A opinião dele é radical (e democracia envolve muito mais que votos), mas nos faz pensar que candidatos a um cargo não vestem simplesmente um terno e assinam o termo de posse. Não é bem assim. São os votos que o candidato recebe que o credenciam ao cargo disputado; são as urnas que apontam quem veste o terno de posse.
O povo, consciente desse poder que tem nas urnas, não vê mais sentido em reeleger o político que comete deslizes, que não demonstra dignidade no exercício do cargo, que não luta pelo bem do povo. Enquanto não nos mobilizamos para uma reforma mais ampla, como a partidária, escolheremos melhor aqueles que governarão o país. Mesmo que tenhamos poucos candidatos como opção, faremos distinção entre incorruptíveis, corruptíveis e corruptos; entre os que trabalham pelo povo e os que só pensam em si. Quem tem o poder de escolha somos nós. Os políticos dependem de nosso voto.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro