Gelotólogos? Gelotólogos, do grego gelos-riso, são estudiosos do humor
Gelotólogos?
Gelotólogos, do grego gelos-riso, são estudiosos do humor e diferenciam até 2.500 formas de provocar risadas. Muitas delas divertem muito enquanto outras provocam leve sorriso.
As expressões de humor são bastante variadas – da leitura de um gibi ou audição de um gracejo, passando pela autoironia, pelo sarcasmo, jogo de palavras, piadas ou tiradas cômicas por embaraço, inveja ou malícia, até cenas ao estilo de o Gordo e o Magro, entre outras.
A concentração do hormônio do stress, o cortisol, no sangue, é reduzida quando as pessoas estão alegres. Como um nível sempre elevado de cortisol, comprovadamente, enfraquece a defesa imunológica, é possível concluir que a alegria protege contra doenças. A sensibilidade à dor também é reduzida. Isso pode ser atribuído à liberação de endorfinas, que desencadeiam sentimentos de prazer no cérebro, bloqueando a transmissão de estímulos dolorosos.
O humor tem efeito ansiolítico, a distração neutra não. Indivíduos que se mostram mais predispostos ao riso no teste de personalidade apresentam, de maneira geral, maior tolerância ao desconforto. Como demonstrou uma pesquisa realizada pela internet, com mais de 2.500 pessoas, a satisfação vital aumenta de forma proporcional a tendência ao humor. Concluindo, quem dá valor ao riso parece ser mais feliz. Pessoas com maior tendência ao humor são menos afetadas por ambientes sombrios.
O fundador do HumorCare – uma instituição de apoio ao humor terapêutico –, Micahel Titze, considera que essa “visão diferente” decisiva ajuda a criar um distanciamento cognitivo de si mesmo e da situação. Voltar-se para o lado cômico quebra padrões fixos, relativiza a própria visão e elimina o caráter ameaçador de várias situações. Em resum aquilo do que rimos não nos causa medo.
Sigmund Freud escreveu em um ensaio de 1928: “Sem dúvida, a essência do humor consiste em que alguém se livre dos efeitos que a situação teria provocado normalmente...” O criador da psicanálise via o humor como válvula de escape da psique, um recurso. Para Freud, quem consegue fazer piadas sobre a própria sorte está acima de seu destino.
A estudiosa do humor Barbara Wild é cética sobre o efeito do riso forçado e de suas propriedades de nos tornar mais equilibrados. Segundo ela, rir serve, principalmente, para criar um sentimento de grupo. Quando se fazem gracejos coletivos, medos e inibições diminuem, os participantes se sentem próximos uns dos outros e mais aptos a lidar com as situações incômodas. Ou seja, a gargalhada funciona como lubrificante social.
Crianças?
Crianças riem muito mais que adultos: até 400 vezes por dia!
(*) Psicóloga clínica