ARTICULISTAS

O povo só quer entender

Nos dias atuais, ainda vemos sacrifícios ecológicos

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 09/11/2012 às 20:54Atualizado em 19/12/2022 às 16:24
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Nos dias atuais, ainda vemos sacrifícios ecológicos lamentáveis. Refiro-me ao corte de árvores médias e grandes, em cujo conjunto contavam-se 33 Flamboyant em plena floração, vários Eucaliptos e outras. Estavam lá troncos cerrados com até um metro de diâmetro! Tudo ocorreu na quadra formada pelas ruas Donato Cicci, Antônio Campos Sobrinho e Edmundo Borges de Araújo, no Bairro São Benedito. Nem parece que no dia 31/10/12 a nossa temperatura alcançou 40 graus centígrados!

Se uma árvore daquelas gerava em média 70m² de sombra, é fácil concluir que o grupo devastado refrescava aproximadamente 3.500m² e era um pulmão gigante a gerar oxigênio puro para todos nós. Que destino tomaram os tucanos, as pombas e os saguis moradores daquele pequeno bosque? Quem conhece a nossa história se lembra de ter existido ali o campo do Prado; o time do São Crispim dirigido por Paulinho Cherulli; o Sr. José Bittencourt dos Reis (o inesquecível Fute) com o seu querido time infantil Flamenguinho. Havia outras agremiações esportivas que nos emocionavam. Ismael de Oliveira era um dos atletas. Tudo isso no início dos anos sessenta.

Mirei ali a esbelta caixa d’água projetada pelo mestre Vicente Marino Júnior e recordei como se estivesse vendo o meu colega de infância Márcio Moreira trabalhando no almoxarifado das obras dirigidas pelo superorganizado Sr. Araújo. Naquela quadra seria instalada por Sebastião Paes de Almeida uma das maiores fábricas de vidro do País. Veio a “revolução” de 31/03/1964, cassaram-lhe os direitos políticos e, em seguida, ocorreu a sua morte. O tempo passou e o corte rente ao chão das malfadadas árvores nos levou outra vez ao luto. Diante daquele amontoado de lenha, o que diriam se aqui estivessem, os vizinhos: Dr. Jair José da Silva, Dª Lourdes Brasileiro e Manoelino da Silva, o Zico da Rodoviária?

Pais levavam seus filhos lá para respirar o aroma dos Eucalyptus citriodora e minorar as crises de bronquite. A população procura e não consegue ver o mal que aquele conglomerado verde causava. Por que cortaram tantas árvores, se o corte de apenas uma pode gerar transtornos cíveis e criminais? O operoso Ministério Público diga-se, a respeitável Promotoria do Meio Ambiente e entidades protetoras da natureza, por certo que tomarão as devidas providências.

Repit O povo, perplexo, só quer entender.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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