ARTICULISTAS

O que vale na vida?

Qualquer cronista, colunista ou escrevinhador precisa ter assunto para ser lido. Qualquer leitor sente ou sabe o que vale a pena ler

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 14/07/2010 às 19:56Atualizado em 17/12/2022 às 06:36
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Qualquer cronista, colunista ou escrevinhador precisa ter assunto para ser lido. Qualquer leitor sente ou sabe o que vale a pena ler. Se é positivo, prossegue a leitura. Se é negativo, joga fora ou vai fazer palavras cruzadas ou desvendar o atual Sudoku (cuidado revisão!). Daí a satisfação do escrevinhador quando tem semana cheia, como esta recém passada – o assassinato da garota do Bruno e suas crueldades associadas, o fenômeno raro das chuvas afogando gente no Nordeste, e a copa, e a copa, e a copa em seu final sem americanos, que entraram pelo cano. Ou o Lula na FIFA fazendo propaganda da nossa beleza física para 2014, beleza que ele gozou dizendo ser dele uma cópia viva.

Podem indignar-se os oportunistas, mas é indiscutível que na história da nossa pátria amada jamais tivemos um presidente tão popular, tão gozador, tão “cara do povo” como Lula. Viaja demais, está sempre lá mundo afora fuxicando políticos e terras alheias, dizem. E que mal há nisso, eu pergunto à plateia. Presidentes que nunca foram viajantes ficaram por aqui chocando seus ovos e nossa paciência, projetos que ficavam em discussões intermináveis a não ser pelos projetos e consequentes nomeações de chefes, subchefes e ‘começões’ – op! Comissões de estudos e programas.

O Aero-Lula pode viajar demais, mas penso que é importante porque a bezerrada fica berrando, olhando pro céu e esperando a chorada ausência do pai de todos. Este aqui, velho cronista, viveu demais, já não tem mais aqueles sonhos verde-amarelos do Brasil da juventude. Foram ficando pela minha longa estrada, pergunto onde estão aqueles protestos e marchas juvenis... a UNE, as Diretas já, o protesto associativo da UDR e marchas do PT, aqueles revolucionários malucos de Goiás, os exilados que hoje são donos da bola e das bolas... quais, meu companheiro, são seus sonhos juvenis que resistiram ao tempo, onde estão aqueles ideais pelos quais valia a pena viver?...

Pois bem, meus meninos, neste final de semana eu vivi e participei de coisa que ainda mexe com meu coração e sentimento. No simples, fui assistir e participar da festa julina da ACD – uma associação que eu desconhecia e se propõe a dar assistência diária e total aos deficientes físicos. A Cida, que gosta destes sonhos, me levou na marra. A festa foi à noite, ali num pedaço da Padre Zeferino, adiante do Arquimedes. Fecharam aquele pedaço de rua, e o pau quebrou.

Foram presentes, comedorias, bingos e alguns discursos inevitáveis – mas o importante mesmo foi eu conhecer o que desconhecia, um grupo de idealistas que eu supunha raça extinta e se entregam a acolher, ensinar, agradar e estimular deficientes físicos e mentais. Individualmente, em casa, o deficiente é como um móvel a quem se dá uma assistência mínima de suas necessidades. Ali, naquela noite, eu os vi dançar quadrilha, darem-se as mãos, e sorrir quem ainda aprende a falar. Fiquei até o final, que de certa forma acendeu-me alguma esperança – a história que Deus existe.

A tal Associação vai crescer, tenho certeza, e por isto eu disse à sua diretoria que ia falar de sua festa. Para mim deram de dez a zero no besteirol das nossas vidas. Amém e aleluia.

(*) médico e pecuarista

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