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O retorno de Massa

O fato que marcou o final de semana anterior foi o Desafio das Estrelas, prova realizada há quatro anos. Nos últimos três, em Santa Catarina. Felipe Massa e Carlinhos Romagnoli...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 02/12/2009 às 23:17Atualizado em 20/12/2022 às 09:15
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         O fato que marcou o final de semana anterior foi o Desafio das Estrelas, prova realizada há quatro anos. Nos últimos três, em Santa Catarina. Felipe Massa e Carlinhos Romagnoli, empresário do ramo, são os organizadores do evento. A primeira edição foi na terra de Massa, Botucatu. Depois que Felipe ascendeu à Ferrari e ganhou a confiança de Schumacher, e o mesmo passou a frequentar o evento, o destaque da prova foi outro. A partir daí o desafio passou a ser o Desafio das Estrelas realmente e, apesar da juventude do evento, passou a rivalizar com a já tradicional 500 milhas da Granja Viana.        A grande diferença é que o Desafio é para poucos convidados e com karts de ponta, onde prevalece o desempenho em si. As 500 da Granja é um evento onde os karts devem aturar mais onze horas na pista, e aí passa a prevalecer a durabilidade em vez da velocidade nos motores dos veículos. Também na Granja é possível, com certa grana e muita influência ou amizade, arrumar uma vaga no grid. No Desafio, as vagas são só para convidados e são no máximo 25 pilotos.         Enquanto o grid do Desafio é repleto de pilotos ou ex-pilotos de F-1, F Inddy e outras categorias de fórmulas, além de Lê Mans Series, sobrando alguns lugares para poucos da Stock, é raro ver um nome desconhecido no grid. Se bem que tivemos um nesta edição, um catarinense. Não por coincidência, pois a prova é realizada em terras catarinenses, mas ele não é conhecido por muitos, apesar de correr na Stock Light, e seu nome é Eduardo Berlanda. Você conhecia este nome? Certamente não, mas ele é muito conhecido em sua terra natal, onde fez fama em corridas em pistas de terra, que são muito comuns por lá. E é uma competição das mais disputadas.       Já num grid da Granja Viana é comum ver nomes totalmente desconhecidos junto com as grandes feras que habitam o evento. Felipe Massa é um exemplo vivo disso. Quando ganhou pela primeira vez era um nome desconhecido do grande público, na verdade, um moleque no meio das feras. Quer dizer, pode-se pagar para correr na Granja, pois têm várias equipes com três, quatro ou mais pilotos no grid e largam muito mais karts no evento. O grande “tchan” é que é possível ver os bons de braço sem grana rivalizando com a turma dos tops. Mas tem que ter certa dose de sorte para se dar bem sem uma grande estrutura, e sair-se bem no meio de tantas feras. Feras essas que chamam a competição de uma brincadeira de final de ano. Na verdade ninguém quer se dar mal.        Voltando ao Desafio que foi realizado no final de semana, o evento este ano começou com uma grande diferença, pois foi feito num kartódromo inteiramente novo. Deixando de ser no kartódromo dos ingleses, um tradicional circuito do calendário do kart nacional. A nova pista foi desenha por Lucas Di Grassi e contou com uma estrutura física mais a altura do evento. A outra diferença ficou por conta da prova ter uma etapa no sábado e outra no domingo. Dando chances para quem se desse mal na primeira etapa de se aprontar para a segunda etapa.      A prova de sábado começou com um grid meio que surpreendente: Nelsinho Piquet na pole, seguido de Vitor Meira, Di Grassi, Vitantonio Liuzzi, campeão mundial de kart, Schumacher, Barrichello e, pasmem, com Felipe Massa em décimo oitavo. E teve como ganhador o alemão, que andou muito, mas não conseguia ultrapassar Meira e Liuzzi, que dominavam a prova. Macaco velho como sempre, o alemão esperou um vacilo dos dois que se atracavam na pista e deu certo numa disputa de posição, os dois foram para o lado sujo e a velha raposa estava lá para aproveitar a porta aberta. Fora a vitória do alemão, o destaque ficou para o Massa, que chegou em terceiro. Liuzzi foi o segundo, Di Grassi o quarto, Meira o quinto e Barrichello o sexto. Já o pole Nelsinho escapou da pista por duas vezes e acabou em nono.        Na prova de domingo, os pontos valiam menos do que na de sábado. Os oito primeiros largam com as posições invertidas; o alemão largou em oitavo, Liuzzi em sétimo e Massa em sexto. Já na frente tinha Pizzonia, Kanaan e Barrichello em terceiro, Meira e Di Grassi na sequência. Apesar de largarem mal, Massa e Schumacher terminaram em primeiro e segundo nesta segunda etapa.     Pizzonia manteve a ponta na largada e o desenrolar da prova foi uma demonstração de competência de Massa e do alemão. Pouco a pouco, eles foram galgando posições e no final eram os primeiros. Vitor Meira, mais uma vez, foi destaque, chegando a ser o segundo, quando Rubens era o líder. Mas no final, Massa e o alemão se mostraram mais fortes. Parecia até que o alemão tinha condições de ultrapassar o brasileiro na última volta. Mas em conversa com os repórteres depois da prova disseram que não. Não foi o que parecia no calor da disputa da última volta, teve um momento em que o alemão acenou para Massa com a mão, dando a entender que era para Felipe seguir em frente e não se preocupar com ele, pois ele já tinha o título na mão. A TV mostrou tudo. Sábado agora tem as 500 Milhas da Granja Viana e a equipe de Rubinho e Kanaan é a favorita.

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