As cartas da política eleitoral estão sendo lançadas. É certo que muitas coisas irão acontecer durante a campanha – afinal a nossa política gira sempre em torno de dois grupos de candidatos: os que já foram eleitos e pretendem reeleição, e os que estão de fora e pretendem entrar para o circo. Não falo do circo como pejorativo, mas sim pela enorme variedade de seus artistas e espetáculos. Tem equilibristas, mágicos, trapezistas e domadores... e também, porque não, de palhaços diversos, vejam o deputado que São Paulo colocou como líder de eleição, um tal Tiririca... Outra coisa interessante: um número enorme de candidatos e eleitos dizem do seu sofrimento, trabalho e aborrecimentos com a política, que esta é a sua última vez, Deus me livre!... Em algum caso isto pode ser verdade. Lembro agora que estou aqui na nossa antiga Fazenda Experimental ou Modelo, olhando as obras que vão acontecer para o novo shoping – do outro lado. E lembro de quando fui presidente da ABCZ, e fui visitá-la na majestade e grandeza dos trabalhos que lá se desenvolviam em tecnologia da agro pecuária. Seu diretor era o atual deputado Paulo Piau, meu amigo no entusiasmo pela vida e progresso da agropecuária brasileira. Pois, meus amigos, aquela fazenda de trabalhos e sonhos é hoje um lixo abandonado e decadente, sem nome e sem glórias. O nosso Paulo deputado deve ter lutado e amargado com as decepções de sonho inicial e obrigatório em sua profissão. Entrou na política, é deputado de repetição e pretende ser prefeito de nossa Uberaba. Naturalmente em seu programa estará pensando na fazenda de onde decolou, e que hoje agoniza exatamente na área federal. Entre tantos candidatos e projetos, a sua experiência terá um programa de peso – nada das brincadeirinhas de candidatos, ponte no córrego da vila e iluminação das praças públicas – ou o que não tem tido condição de resolver, assistência médica e hospitalar para os pobres, educação e ensino, o transporte e novos investimentos como Uberlândia ensinou. Ser prefeito – política é coisa muito séria, trabalhosa... e decepcionante. Visito o Hugo hoje, aposentado, sozinho, um desconhecido que nem visita recebe. Já foi elogiado como “o melhor e mais honesto”. Hoje encostado lembra-me a Fazenda Modelo, que agora envelhece igual este cupim onde ponho meu pé.
(*) médico e pecuarista