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O valor das pequenas coisas

A vida moderna tem trazido consigo uma epidemia com ares de tragédia. A tragédia do descontentamento...

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 10/02/2017 às 19:22Atualizado em 16/12/2022 às 15:15
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A vida moderna tem trazido consigo uma epidemia com ares de tragédia. A tragédia do descontentamento, alimentada pela ostensiva mídia, que cria necessidades por meio de suas inúmeras e engenhosas propagandas.

Parece que nunca se está satisfeito, independente daquilo que se conquiste. Parece que o contentamento genuíno deixou de existir porque ele está sempre lá fora e no tempo futuro. No tempo do “quando” ou do “assim que” eu me casar, eu me mudar, eu me formar, eu me aposentar.

Parece que o minuto presente perdeu sua magia e encantamento porque se oscila o tempo todo entre o passado e o futuro.

Mas de que contentamento estou falando? Estou falando de um sentimento que hoje parece existir só no dicionário, onde está definido como a experiência de se estar satisfeito, de não desejar mais do que se tem...

E olhem que não estou falando de comodismo nem da falta de projetos pessoais ou de sonhos. Todos nós queremos crescer e ser mais do que somos. O problema é que este ser foi trocado pelo ter e as coisas materiais nunca nos trarão, por si só, o almejado contentamento.

Ultimamente, tenho feito o exercício de viver contente e grata por tudo que me acontece. Tenho colocado literalmente bilhetinhos coloridos no pote da gratidão com tudo de bom que me acontece a cada dia.

Tenho estado feliz com cada encontro ou reencontro com os amigos queridos. Por mais uma viagem de férias. Pelas pequenas coisas.

Quem me acompanha pelo Facebook tem visto com certa frequência fotos e vídeos de um beija-flor que vem ao meu jardim sugar o néctar de uma planta que para ele parece ser um restaurante. Meu coração se alegra quando o vejo e paro o que estiver fazendo para admirá-lo em seu bailado.

Não penso que isso já seja prenúncio de certa caduquice. Pelo contrário, penso que seja a lucidez daqueles que podem definir como usar o tempo de que dispõem. Isso me traz uma sensação de poder sobre cada momento da minha vida atual, porque na maior parte dela eu não pude parar para ver o voo de um singelo colibri...

Convido vocês, leitores, a exercitarem a filosofia do contentamento pelas dádivas da energia, dos sonhos, de se ter um lar, do talento, da espontaneidade, da compaixão para consigo mesmo e para com o próximo, do desprendimento, de se ter uma vida comum.

Vamos inserir o jogo do contente em nossa vida!

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