Onde Deus fez Weekend...

Chego de férias, pela primeira vez nestes últimos três anos e meio. Aliás, e de passagem, férias grátis, porque o grande amigo Fernando Paranhos foi quem pagou a despesa. Onde? Imaginem: Porto de Galinhas, PE, hoje um ponto famoso no turismo praiano deste Brasil. Aliás, galinhas não vi, mas o porto de SUAPE, este é coisa de assustar. O tal porto já é um resultado de otimismo regional com o presidente local, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Dizem que tem um tal de pré-sal e esperanças por traz do negócio. Não interessa. O que importa é que não se trata propriamente de um porto, o que já seria muito bom. O resto e ao redor é que assusta, pela magnitude dos investimentos. Estradas asfaltadas, pontes, rotatórias magníficas, uma rede de hotéis turísticos que já modificaram aquele sertão nordestino que conheci há quinze anos. Acabou aquela de pau-de-arara cabeça chata vir ganhar a vida aqui por “Sumpaulo”.

Agora a corrida vai ser daqui pra lá, o Nordeste será um novo El Dourado na nossa economia. Olha, gente, e valeu a pena esta semana. Comedoria de frutos do mar – camarões, lagosta, lagostim, lulas, melros e outros peixes... um porre de temperos... de menos sereias, que eu não poderia mesmo comentar, por companhia e boa educação... Agora, tudo beleza, meus amigos. Eu, que não ia ao Nordeste há tantos anos, fiquei chocado. Boca aberta não, porque lá tudo que abre a boca eles pescam, botam molho e panela, e servem no jantar.

Chocado é o termo, porque estão se cumprindo as profecias e votos dos meus velhos amigos deste amado Nordeste: um dia, dizia Paulo Guerra, Ulisses Cansação, Rodolfo Morais, e com voz macia este Fernando Paranhos e tantos outros: vocês vão ver a grandeza desta terra que já não é pau-de-arara. Gente, um empurrãozinho ornamental deste turismo, e vocês vão ver o que vale esta terra para o nosso Brasil. Aliás, autorizado pela minha teimosia libertina e idade irresponsável, ainda guardo o sonho de emancipação e riqueza para esta terra premiada: a liberação do jogo para os milionários do exterior, que esbanjam nas luzes de Las Vegas um dinheiro que deve ser universal – e nós merecemos acima e além, porque aqui Deus colocou riquezas sem tamanho. E retornando, penso como todos nós, na curva da estrada: será que eu ainda vou voltar por lá?

(*) médico e pecuarista