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No aniversário de meu sobrinho Pedro Prata, dei-lhe os parabéns, um abraço e a promessa...

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 10/09/2017 às 11:15Atualizado em 16/12/2022 às 10:38
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No aniversário de meu sobrinho Pedro Prata, dei-lhe os parabéns, um abraço e a promessa de dar-lhe como presente, quando fizesse dezesseis anos, um automóvel. Ele me olhou assustado e perguntou: “O que é automóvel?”. Foi então que me lembrei de que ele tinha apenas 12 anos e os conceitos eram outros. Foi preciso explicar que automóvel era “carro”.

Conto o fato para lembrar de que, em apenas uma geração, as coisas mudam de nome.

Ou então aparecem novos termos sem significado para nós, os antigos. Palavras como aeroplano, chauffer, toilette, boudoir, rouge, penalty, chapa e centenas de outras são desconhecidas pelos jovens. Se eu não me adaptar, os jovens não me entendem e vice-versa. Toda essa lengalenga é para contar o que aconteceu comigo faz uma semana. Passava pela Rua Antônio Moreira Carvalho, no Boa Vista, quando vi numa casa um anúncio estranh “BOHO CHIC”. Meu amigo, jovem, explicou log “Boho chic é um estilo de moda atemporal”. Fiquei na mesma. Tentou explicar mais. “Essa loja é um BRECHÓ”. Como mais estranhado fiquei, voltou a explicar: “É uma loja de roupas usadas com preços baixos”.

Por curiosidade, desci do carro e fui direto ao interfone. Abriu-me a porta uma conhecida, amiga de longa data, Elaine Kaseoka. Muito mais assustado fiquei eu. Para chegar até a loja, havia um belo jardim com árvores, flores e pássaros. No fundo, a loja. Muitas salas com vestidos, blusas, casacos, sapatos, joias. No centro, uma mesa onde era servido um cafezinho aos visitantes. Uma loja onde os visitantes sentiam-se em casa.

Ao reler o que escrevi até agora, achei minha crônica com cara de propaganda. Não foi esta minha intenção. O que pretendi passar ao leitor é a sensação que um idoso sente ao entrar em contato com as mudanças, não só de linguagem, mas também de usos e costumes.

Ao terminar esta “escrevinhação”, saio à porta para atender à campainha. É uma jovem que quer falar comig “Padre, me ajuda, estou na maior ‘neura’”.

Quase perguntei: “Minha filha, o que é neura?”.

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