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Os sonhos nos que dormem

Ouvimos por vezes, que morreu dormindo. É bom morrer assim

Manoel Therezo
Publicado em 05/05/2012 às 19:53Atualizado em 17/12/2022 às 09:00
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Ouvimos por vezes, que morreu dormindo. É bom morrer assim porque nada se sofre, pensam muitos. Também eu pensava igual antes de ler os trabalhos do grande fisiologista americano, Nathaniel Kleitman sobre os sonhos. Pelo que expõe, erramos imaginando assim. Acreditava também, que o coração que pulsa dentro de nós desde os 55 dias de sua formação no embrião, com 3 a 5 milímetros de desenvolvimento, se descansava em seus lentos batimentos enquanto dormimos. Tal concepção também não é verdadeira. Lemos que o coração experimenta sérios momentos noturnos que, se durante o dia, corre-se ao médico. Até as primeiras publicações sobre o comportamento do organismo durante essa atividade noturna, pouco inspirava os homens da ciência, até que tiveram a ideia de aplicar o eletroencefalógrafo nos estudos desses momentos. Kleitman juntou a esse aparelho, um aperfeiçoamento simples para gravar também, as variações do potencial elétrico na superfície do olho. Verificou que essas variações se produzem quando os músculos do olho se Contraem ou se Dilatam. Kleitman constatou que o globo ocular movia-se rapidamente ao mesmo tempo em que se modificava também a onda da vibração cerebral. A esse fenômeno, denominou de R. E. M. (rapid eye mouvement- Movimento Rápido do Olho). Em seguida, aplicando o eletrocardiógrafo nessas experiências, mostrou que a frequência (batimento) do coração aumentava também durante os Movimentos Rápidos dos Olhos. Admitem com reservadas considerações, que algumas doenças em especial a “angina noturna,” possa estar diretamente causada pelo sonho que modifica a frequência cardíaca tolerável. Verificou-se também, que as crises de úlceras ocorrem mais noturnamente em razão de algum sonho que estimule secreção agressiva à mucosa gástrica. Nada manifestam sobre os pesadelos. Como também são sonhos, certamente originam-se das mesmas variações tanto no cérebro como na frequência cardíaca. Procura-se ainda, forma segura dessas suspeitas. Constatou-se pelo eletromiógrafo, aparelho que detecta as diferenças de potencial no interior e na superfície dos músculos, que o sonhador às vezes efetua corporalmente as cenas do que sonha. Detectaram que o indivíduo sonhava. Seus movimentos repetiam as mesmas operações de um alguém participando de uma partida de basquete. Quando acertou a jogada, levantou os braços eufóricos pelo feito. Nessa verdade, quantas vezes nos acordamos pelo chute que damos ou pelo soco que desferimos naquilo merecedor do comportamento. Pesquisas revelam que tanto o homem como outro ser privado do sonho, apresenta estado de neurose. Experiência com um gato privado do sonho por três dias, apresentou sinais de alucinação, tentando apanhar com a pata, um objeto imaginário, morrendo logo depois, apesar dos cuidados específicos. Trabalhos confirmam que temos quatro a cinco sonhos todas as noites, durando em média 90 minutos. Segundo Lovecraft, “É possível que o sono seja necessário tão somente como meio apenas de se chegar ao sonho.” No decorrer dessa leitura, nos veio à lembrança, se é do sonho ou de seu conteúdo que necessitamos?  De qualquer forma, o sono guarda carinhosamente um lugar para os sonhos porque, Sonhar, segundo o que se lê, é mais importante à vida, que o desejado momento de Dormir.

(*) Odontólogo; ex-professor universitário

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