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Os tempos hoje são outros

Um bandido sempre está na profissão errada

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 17/02/2012 às 08:39Atualizado em 17/12/2022 às 08:25
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Um bandido sempre está na profissão errada, mas se ele é um gato para saltar deveria optar por ser um atleta olímpico e nos representar nas Olimpíadas. Aliás, isso não está tão longe de acontecer.

Uma lotérica é invadida por um presidiário que desfruta do regime semi-aberto e, na última hora da sua licença ele entra no salão, grita que é um assalto e ordena  aos clientes para se deitarem. De revólver na mão vai aos caixas e pula-os como um vulto, cai do lado de dentro e faz refém uma moça. Aí sim, com tudo dominado, ameaça a todos usando a sua “autoridade” e por pouco não dispara o seu 38. Instala-se o pânico geral!

Depois de reinar absoluto no recinto, o senhor amigo do alheio limpa o que vê em valores e novamente sai voando por onde entrou. Ganha fácil a rua e foge com o comparsa que lhe esperava.

Enquanto isso, alguém aciona o 190 e em poucos minutos chega a PM, que quase detém os agentes. Com todos vivos e nenhum ferido, seguiu-se ao exame de imagens gravadas pelos homens da Inteligência-P2, cujos nomes preservo por motivos óbvios. A foto do autor foi destacada e em poucas horas soube-se de quem se tratava. Não sabiam os proprietários da lotérica que ali começaria para eles uma série de entraves, ou melhor, um vai-e-vem sem fim.

Bandidos presos no meio da tarde, mantêm “presas” as vítimas pela burocracia até as  duas horas da madrugada, quando essas terminaram seus depoimentos em delegacia. Para compor a cena, familiares dos presos e as indefesas vítimas se misturam na escuridão de um velho prédio como se aí não houvesse nenhum perigo!!! Ao lado, um arremedo de IML invadido pelo mato. E no dia seguinte, prossegue a desesperança.

O dinheiro desaparecido, ah! Esse que era um total de quase R$ 28.000, só retornou aos donos na bagatela de R$ 171, e não R$ 172. E o pior é que há evidências quanto à pessoa com a qual dizem estar o vil metal, mas as leis que ganhamos de presente não deixaram a polícia chegar rapidamente até ela.

O governador Antonio Anastasia abandonou a segurança? Não reclamo da polícia, reclamo do sistema que a colocou numa cadeira de rodas e deu ao bandido um potente carro. 

Saudades do Inspetor Ernesto Elias dos Santos e de outros policiais da época que, no início da década de oitenta, em poucas horas chegaram aos assassinos de 10 membros de uma família em Conceição das Alagoas. Outra: Em menos de 24 horas identificaram e prenderam o assassino do saudoso Waltinho do Guincho.

Eh... os tempos hoje são outros...

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