ARTICULISTAS

Outra dose de droga

A vida é cheia de histórias. Lembro-me, no meu tempo de criança, de escutar, à noite, Ali-Babá e Os Quarenta Ladrões, A Gata Borralheira, Cinderela

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 03/02/2010 às 00:47Atualizado em 20/12/2022 às 08:18
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A vida é cheia de histórias. Lembro-me, no meu tempo de criança, de escutar, à noite, Ali-Babá e Os Quarenta Ladrões, A Gata Borralheira, Cinderela, a malvada que perguntava: diga-me, espelho meu, se existe no mundo mulher mais bela do que eu!... Esse tempo passou. A meninada, hoje, brinca com computador ou simplesmente se escraviza em frente da televisão – esta graça que alivia as mães daquele “mãe, vem cá!”, “o Betinho me bateu!”, “eu caí na escada!”, “quero mamar!”, “fiz xixi na roupa!”... Novos tempos, afinal.   Aquelas histórias da infância vão ficando no arquivo morto, as mães não as contam mais. Os filhos no colo ou no berço, ficam esperando o sono. E coisa curiosa hoje me ocorreu: aquelas histórias infantis, além de aproximar as crianças, tinham sempre um final feliz e educativ o castigo da madrasta malvada, do lobo mau, dos ladrões de Ali-Babá e a felicidade dos bonzinhos e bonitinhos. Vocês, marmanjos que me leem, devem pensar, novamente, que estou ficando lerdo de ideia e assunto. Completo dizendo que reli um pouco do livro Gênesis, de Deus criando o mundo mais Adão e Eva e sua maçã proibida – história que até o Dino conhece sem ter lido. Pois é, meu amigo, estou meio senil, mas ainda não fiquei doido. O castigo de Adão e Eva, sendo expulsos do Paraíso e condenados às durezas da vida – maldita herança que nos deixaram –, serve-me hoje para coisa muito séria e atual, que mais uma vez vou comentar. Aqueles que leem os jornais diários devem – como eu – ficar cada vez mais impressionados com a avalanche da criminalidade na espécie humana. Todos os dias tem gente matando e morrendo, uma barbaridade a ser investigada e tratada, antes que a espécie humana desista e diga simplesmente: não vale mais a pena viver!... Agora – vejam se concordam comigo –, os crimes clássicos do amor traído, do roubo, da ambição e da violência comum estão perdendo espaço para o novo, maior e incorrigível crime, a “droga”. Curiosos, inclusive. Antes, o drogado apenas era o matador, mas hoje ele é também vítima, pois seu traficante é o grande matador. Viciou o jovem drogado e sua turma, tornou-os escravos, tomou-lhes tudo o que tinham – e que roubaram dos pais e mães – e os tornaram seus vendedores escravos. Isso é claro e simples. O drogado vendedor não paga seu traficante, recebe um tiro na boca ou gasolina e fogo no corpo, “pra exemplar os outros”. É o fim da linha, o fim da vida.   Já denunciei esta criminologia moderna e até ousei dar a fórmula para combatê-la, que aqui repito curto e gross o governo corajoso tem que transformar a droga em medicamento psicotrópico, dos mais usados nos tempos atuais. Liberar sob controle, receita e farmácia governamental, preço mínimo (morte ao tráfico!) e com o conhecimento dos médicos e da sociedade – reedição do fumo e do álcool, que aí estão. Um programa de “honestizar” a droga é sua única solução. O que impede esse estudo? Antes de tudo, minha gente, a covardia social e política, o medo dos nossos poderosos. Afinal, esconder dinheiro na meia é mais fácil e, este ano, teremos eleições, blablablá...

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