Medo, temor, ansiedade, sobressalto, fobia, pânico...
E o estresse? E a pressão?
O que essas emoções têm em comum?
Ansiedade - medo irracional não identificado por causas externas ou endógenas.
Estresse - tipo de ansiedade relacionado com um agente externo que a provoca.
Sobressalto - medo momentâneo causado por estímulo repentino.
Fobia - medo diante de uma situação que vai muito além da precaução razoável ante o perigo.
Pânico - súbito medo intenso associado a um desejo de fugir.
Em comum, todas essas emoções são ativadas quando percebemos ameaças, que nos fazem pagar um alto preço em nossa vida e em nosso desempenho.
O medo é filho de uma infidelidade mitológica. Vênus, deusa do amor, não era fiel a seu marido Vulcano, deus do fogo. Seu romance mais comentado no Olimpo foi com Marte, deus da guerra, com quem teve cinco filhos: Cupido, Anteros, Concórdia, Fobos e Deimos. Cupido representa o deus do amor erótico, Anteros é o deus do amor correspondido, Concórdia personifica a unidade, e, por último, os dois filhos que acompanhavam o pai nas suas batalhas: Fobos, de onde vem o termo fobias, e Deimos, que é o equivalente à palavra terror. Os mitos tentam explicar as necessidades humanas e, neste contexto mitológico, o medo descende da união entre o amor e a guerra.
Ainda que a origem do termo medo tenha raízes nas aventuras mitológicas, em nosso idioma a palavra provém do latim, metus. O dicionário da Real Academia Espanhola o define como perturbação angustiosa da alma por um risco ou dano real ou imaginário, cujas causas podem ser ameaças físicas ou psíquicas.
Todos nós sentimos medo quando enfrentamos mudanças.
Que tal libertar-nos da grande corrente do medo, desenvolvendo o nosso potencial, frequentemente massacrado por nossas próprias inseguranças? Que tal evitar gestões baseadas no medo e optar por alternativas baseadas no talento, na mudança e na inovação?
O medo é algo inerente ao ser humano e tem sua utilidade em alguns contextos, e não em outros. Por isso, o primeiro passo é identificá-lo. Poder chamar o medo pelo seu nome nos auxiliará a compreendê-lo e superá-lo. O segundo passo é vencer suas duas causas principais: o isolamento e a solidão.
É certo que vivemos em uma época de grandes contradições. Por isso, o ensino da confiança será um dos valores em alta na nossa sociedade e umas das chaves de sucesso no futuro. Constituirá o verdadeiro diferencial entre as pessoas, os países e as organizações para sobreviver à permanente gestão do medo que hoje nos domina. É a esperança que temos.
Como eixo para ir do medo à confiança, é necessária uma exposição correta da autoestima. Conseguir o equilíbrio entre o crescimento e a assimilação é a chave do sucesso que nos ajuda a superar o medo do fracasso e da perda. Combinar, ao mesmo tempo, um desenvolvimento contínuo e o uso adequado da autoestima constitui um dos melhores indicadores pessoais em qualquer setor da vida, e, além disso, permite evitar a tendência em cair na vitimização.
(*) Psicóloga clínica