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Outra vez o medo III

Todos nós sentimos medo

Sandra de Souza Batista Abud
sandrasba@uol.com.br
Publicado em 25/04/2013 às 19:51Atualizado em 19/12/2022 às 13:26
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Todos nós sentimos medo.

Medo é uma emoção e tem sua função como outras emoções primárias. Enquanto a alegria anima-nos a repetir aquilo que nos faz sentir bem, a tristeza facilita o processo de dor permitindo a aceitação da perda, a aversão produz rejeição em relação àquilo que não gostamos, o medo nos protege de perigos reais ou possíveis.

Precisamos sentir medo?

Sim, precisamos do medo. Além de ajudar na proteção dos perigos, ele nos fornece prudência para não dizer o que realmente pensamos em certos momentos, por exemplo, ou para alguém não abandonar o trabalho sem que tenha outra opção.

O medo equilibra certos impulsos que temos desde a infância. Neste contexto, os pais têm um papel bastante importante na transmissão desta emoção, quando explicam ou falam do perigo das alturas, da distância das tomadas, do contato com estranhos, entre outros cuidados.

Concluindo, precisamos do medo equilibrante para sermos prudentes.

Entretanto, o medo equilibrante deixa de ser positivo quando nos paralisa, impede de colocar em jogo todo o nosso potencial, e se converte em medo tóxico – medo desnecessário e prejudicial. Enquanto o medo equilibrante é positivo para nossos interesses, não tem base evolutiva, serve de proteção e é pontual, o medo tóxico é destrutivo para nossos interesses, não contribui para nossa evolução, inibe nosso talento, deixa-nos vazios de futuros e é prolongado.

O medo equilibrante e o medo tóxico estão intimamente ligados, nascem da mesma emoção.

O medo tóxico é uma deformação do medo equilibrante. Todos nós tememos perder o afeto das pessoas que amamos – medo equilibrante. Mas na medida em que condicionamos nosso comportamento diariamente para obter a aprovação de quem nos rodeia, já é medo tóxico.

 As consequências de ambos os medos são bem diferentes.

O medo tóxico é uma emoção que pode alcançar graus de alta intensidade e relaciona-se com a ansiedade e a angústia, modificando substâncias no organismo e produzindo fenômenos psicossomáticos.

O medo equilibrante, em relação ao desempenho, é inofensivo. Quando tóxico, quem sofre seus efeitos tem grande parte de suas decisões e comportamentos afetados por ele, tanto no trabalho como nas relações pessoais. O perigo está em ultrapassar a linha que separa os dois temores.

Ativado, quando nos sentimos ameaçados, o medo forma uma família de emoções que compreende desde o mal-estar, o estresse, a angústia, a inquietação, até à fobia e o pânico.

E o medo de fracassar em algum setor?

E o medo das cobranças familiares e sociais?

E o medo de ser assaltado?

Você já sentiu medo hoje?

(*) Psicóloga clínica

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