Tiro uns dias de férias. Muito medo das nossas praias, drogados, ladrões, assassinatos e chuva... vou fazer uns dias lá em Las Vegas. Vejo três lindos shows, perco uns 100 dólares na roleta, fico "p" da vida e vou visitar a Adriana – filha querida lá vivendo em Los Angeles. Eu queria reassumir minha crônica desovando o que vi pelos Estados Unidos atuais e “pós-grana” como diz a propaganda mundial. Acontece que em chegando abro o jornal e vejo na primeira página o assunto definitivo e furios as eleições aqui pela boa terra. O Julusi fez pesquisa, e ela está publicada sob forma de roda de roleta, já fico irritado. Olho aquele mapa, vejo ali conhecidos, alguns vitoriosos e vivos, outros que se afundaram, outros que são apenas iniciantes. De verdade, mesmo, é apenas a denúncia pública dos candidatos: eu quero é ganhar, mudar de vida, colocar família e algum amigo, trabalhar pelo bom povo da minha terra... olha, cheguei depressa na avacalhação. Não quero nem posso publicar minha análise e conhecimento das candidaturas. Querem saber? Eu estou naquele time dos indecisos, acompanhando a parada cívica e a atividade dos candidatos: o circo das eleições. Sei que algum candidato vai dizer que isto é deboche, é avacalhação dos que se candidatam a salvadores da pátria. Calma, companheiro... você sabe e proclama que o fulano (seu adversário e competidor!) é um picareta que nunca fez nada pela vida, pela comunidade, por sua terra Brasil. Não me classifico destruidor de ideais e idealistas políticos – eles são e serão importantes em nossa vida. Tem gente boa, interessada, idealista e capaz? Tem, meu bom e casual leitor... mas em minoria. Pegue aquela roleta de previsões do Julusi, não rode para não embaralhar as cartas – e escolha mais adiante. Se tiver sorte, vai ficar feliz, achar, escolher e ficar feliz é uma caçada. Encerro comentando um caso antigo, dos tempos eu ia visitar os Bias Fortes, líderes políticos de Minas. Na fazenda tinham um empregado pouco mais que alfabetizado, mas muito engajado a falar bonito dos patrões. Um dia eu lhe perguntei, ao lado do capão de mato da fazenda: "Zé, aí tem pacas?". E ele, soberano, lembrou-me um lema para eleições: "Patrão, pacas há-las, difícil é encontrá-las!".
(*) Médico e pecuarista